
Da Redação
Premiação recebeu 1.593 inscrições e mobilizou mais de 60 mil estudantes e 5 mil educadores de 738 municípios;
grupo participará de atividades relacionadas à COP30.
O Prêmio Criativos Escola + Natureza anuncia hoje (5), em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, os seis projetos premiados da edição de 2025. O projeto “Queimadas no Pantanal”, representando o bioma do Pantanal, é uma das seis iniciativas premiadas na edição 2025. Desenvolvido por um grupo de alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Sebastião Rolon – Extensão Nazaré, em Corumbá (MS), a iniciativa une expressão artística, educação ambiental e engajamento social, mostrando que é possível mobilizar uma comunidade por meio da cultura.
Incomodado com as constantes queimadas que atingem o Pantanal, o grupo de estudantes decidiu criar uma peça de teatro para conscientizar as pessoas sobre os impactos das constantes queimadas no bioma. O vídeo da peça foi divulgado nas redes sociais, acompanhado por panfletos informativos distribuídos à comunidade. A ação buscou informar sobre os riscos do fogo, formas de prevenção e a quem recorrer em caso de incêndios, aliando arte e educação ambiental no contexto do bioma pantaneiro.
Formado por oito estudantes, entre eles Aguimar Paes e Ana Lúcia Vieira, sob orientação da professora Stella Gonçalves de Souza, o grupo buscou valorizar a expressão artística dos estudantes para dar visibilidade a esse problema ambiental crítico na região, engajando a comunidade de forma criativa.
“O objetivo foi orientar a população local sobre os impactos das queimadas no Pantanal, especialmente quando áreas de roçado são incendiadas”, explica Stella Gonçalves de Souza, professora responsável pelo projeto. “O Pantanal é um dos biomas mais diversos do mundo, e também um dos mais devastados pela ação humana. Os alunos, ao escolherem esse tema, demonstraram preocupação e engajamento com as questões ambientais, e o teatro ampliou o alcance para transmitir essa mensagem a um público mais amplo.”
Além desse projeto, a premiação também reconheceu mais cinco iniciativas: “O diálogo com a natureza: Povos indígenas da Amazônia e a sustentabilidade”, vencedora da Amazônia; “Filtropinha: dos resíduos aos recursos”, vencedora da Caatinga; “Protótipo de Sistema de Reúso de Água na promoção da sustentabilidade e o uso responsável dos recursos naturais”, vencedora do Cerrado; “Ecotech”, vencedora da Mata Atlântica; e “Colocar o coração no ritmo da Terra: reflorestando mentes e corações”, vencedora do Pampa.
Um dos grandes destaques desta edição do Prêmio Criativos Escola + Natureza é que os projetos vencedores não apenas receberão reconhecimento nacional mas, também, viverão uma experiência inédita de participação em evento de incidência política na agenda ambiental: até três estudantes de cada grupo premiado e um educador participarão de atividades relacionadas à COP30 e podem, ainda, participar de uma experiência a ser realizada em parceria com Greenpeace Brasil. O grupo receberá um prêmio de R$ 12 mil — sendo R$ 10 mil para a continuidade do projeto e R$ 2 mil para o educador responsável.
“A participação de crianças e adolescentes no Prêmio Criativos Escola + Natureza mostra as soluções propostas por quem está nas escolas, nos territórios e vive, na pele, os impactos das mudanças ambientais. Ao fortalecer projetos criativos e profundamente conectados com as realidades locais, o prêmio reconhece não só soluções para os desafios do presente, mas também formas de garantir um futuro com mais empatia e respeito à natureza. É fundamental dar visibilidade ao protagonismo estudantil porque é com a força da escuta, da colaboração e da imaginação que transformações reais começam a acontecer”, diz Ana Claudia Leite, especialista em educação e culturas infantis do Instituto Alana.
Esta edição recebeu 1.593 inscrições, engajando mais de 60 mil estudantes e 5.300 educadores de 738 municípios brasileiros. Entre os projetos inscritos, 468 incluíram estudantes com deficiência, e mais de 90% das propostas vieram de escolas públicas — com forte presença de instituições estaduais (51%) e municipais (33,2%). Escolas federais, privadas e organizações da sociedade civil também marcaram presença na premiação.