
Da Redação
Psicóloga e professora da UNIASSELVI explica as diferenças entre psicólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo e psiquiatra — e em quais casos cada um deve ser procurado
Quando uma criança apresenta sinais de sofrimento emocional ou dificuldades de aprendizagem, muitos pais ficam em dúvida sobre qual profissional de saúde mental procurar. A decisão pode ser confusa diante de tantas especialidades, como psicólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo e psiquiatra. Para ajudar nesse momento, a psicóloga Adriana Lobo Müller, professora do curso de Psicologia da UNIASSELVI, esclarece o papel de cada profissional e dá exemplos de quando buscar ajuda.
Psicólogo
“O psicólogo é o profissional que compreende e trata emoções, comportamentos e relações humanas. Atua tanto em terapias individuais quanto com famílias ou grupos, em diferentes contextos como saúde, educação e trabalho”, explica Adriana.
Exemplo: Se a criança está muito agressiva na escola, tem crises de ansiedade ou apresenta dificuldades de socialização, o psicólogo é o profissional mais indicado para iniciar o atendimento.
Neuropsicólogo
Esse especialista é um psicólogo com formação complementar em Neuropsicologia. “Ele investiga como o cérebro interfere em funções como memória, atenção, linguagem e outras habilidades cognitivas”, diz a professora.
Exemplo: Uma criança que parece ter dificuldade de concentração, memória ou que pode estar com suspeita de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) deve passar por uma avaliação neuropsicológica.
Psicopedagogo
“O psicopedagogo atua diretamente em questões ligadas ao processo de aprendizagem. Seu foco é entender o que está impedindo a criança de aprender adequadamente”, aponta a professora da UNIASSELVI. Este profissional pode ser graduado em Pedagogia ou em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia.
Exemplo: Se a criança tem dificuldades em leitura, escrita ou matemática mesmo após reforço escolar, o psicopedagogo pode identificar se há um transtorno de aprendizagem, como dislexia ou discalculia, e propor estratégias de intervenção.
Psiquiatra
O psiquiatra é o único dos quatro que tem formação médica e, por isso, pode prescrever medicamentos. “O psiquiatra diagnostica e trata transtornos mentais e, quando necessário, pode prescrever medicamentos”, afirma Adriana.
Exemplo: crianças com quadros mais graves de ansiedade, depressão, comportamento autolesivo ou sintomas psicóticos devem ser avaliadas por um psiquiatra, que pode complementar o trabalho da Psicologia com medicamentos e acompanhamento clínico.
Encaminhamento ideal
Adriana ressalta que, em muitos casos, os profissionais atuam de forma complementar. “Nem sempre há um caminho único. Muitas vezes o psicólogo identifica a necessidade de uma avaliação neuropsicológica ou de um suporte psiquiátrico, por exemplo. Por isso, o importante é começar por alguém capacitado para acolher a criança e orientar os pais no processo”.
Fonte: Uniasselvi