Da Redação
Ferramenta estratégica reforça a cultura organizacional e ajuda a evitar riscos jurídicos em instituições de saúde
Em um momento em que o setor de saúde é constantemente desafiado por questões éticas, jurídicas e reputacionais, o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, convida clínicas e consultórios a refletirem sobre a importância de manter padrões elevados de integridade. Uma das ferramentas mais eficazes para esse propósito é o manual de conduta ética, que atua como referência para orientar comportamentos, fortalecer a confiança institucional e garantir segurança jurídica.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil registrou mais de 74 mil processos relacionados a erros médicos em 2024, número seis vezes maior que o do ano anterior — uma escalada que evidencia a necessidade de reforçar diretrizes e boas práticas em ambientes clínicos.
Mais do que obrigação, uma estratégia de gestão
De acordo com Éber Feltrim, especialista em gestão de negócios para a área da saúde e CEO da SIS Consultoria, diferentemente de um documento apenas protocolar, o manual deve refletir os valores da instituição e trazer orientações aplicáveis à rotina dos profissionais. “Essa guia pode incluir tópicos como sigilo de informações, conduta nas redes sociais, relacionamento com pacientes, uso adequado de recursos e atuação em situações de conflito”, revela.
O gestor acredita que um manual de conduta bem estruturado é o alicerce de uma cultura organizacional sólida. “Ele reduz ruídos, padroniza atitudes e previne desgastes tanto com pacientes quanto entre os próprios colaboradores”, pontua.
Prevenção de riscos e reforço da reputação
Do ponto de vista jurídico, o manual funciona como salvaguarda da instituição, demonstrando que há orientações formais para os colaboradores. Isso pode ser determinante em ações judiciais envolvendo condutas profissionais. Além disso, o documento traz benefícios operacionais ao padronizar o atendimento, fortalecer o clima interno e tornar os processos mais transparentes, reduzindo margem para erros e conflitos.
A reputação da clínica também é beneficiada quando há clareza de princípios e transparência nos processos. “Pacientes e parceiros percebem esse cuidado e tendem a confiar mais na instituição, o que impacta diretamente a fidelização. A ética, quando praticada de forma cotidiana, torna-se um diferencial competitivo”, afirma Feltrim.
Para que o manual não se torne um documento obsoleto, ele precisa ser atualizado periodicamente. “Mudanças na legislação, na estrutura da clínica ou nos canais de relacionamento exigem adaptações frequentes. A participação da equipe nesse processo é fundamental para garantir engajamento e aplicabilidade”, alerta.
O especialista ressalta que clínicas que mantêm uma gestão ética constante se tornam mais sustentáveis a longo prazo. “A ética não pode ser apenas discurso. Quando está no dia a dia, nas decisões e na postura da equipe, ela transforma o ambiente de trabalho e a experiência do paciente. E isso começa com um manual que não fique na gaveta, mas que seja uma ferramenta viva e acessível”, finaliza.
Sobre o Dr. Éber Feltrim
Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas. Para mais informações, acesse o site.
