Da Redação
O prefeito de Terenos, Henrique Wancura (PSDB), foi preso na manhã desta terça-feira (9) durante a segunda fase da Operação Velatus, deflagrada pelo Gaeco. A ação é um desdobramento das investigações que já haviam revelado, em 2024, um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários ligados à administração municipal.
De acordo com o Ministério Público, o esquema consistia em fraudes em licitações por meio de empresas de fachada ou sem capacidade técnica real. A prática teria servido para desviar recursos públicos destinados a obras e serviços no município.
Na primeira fase da operação, o então secretário de Obras, Isaac Cardoso, e o empreiteiro Hander Luiz Corrêa Grote já haviam sido presos. Agora, o cerco se fecha sobre o gestor máximo de Terenos, deixando claro que as investigações não se limitam a figuras secundárias, mas chegam ao comando da prefeitura.
Além da prisão de Wancura, os agentes cumpriram mandados em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP). O objetivo é ampliar as provas e detalhar a responsabilidade de gestores e empresários envolvidos.
A Prefeitura divulgou nota oficial afirmando que está colaborando com as autoridades, fornecendo documentos e informações. Reforçou ainda compromisso com “transparência, legalidade e respeito às instituições”.
Entretanto, o discurso contrasta com o impacto da prisão do prefeito em pleno exercício do cargo. A imagem de Terenos sofre um abalo, e a população, que já convive com problemas de infraestrutura e serviços básicos, se vê diante de mais um capítulo de desconfiança sobre a condução dos recursos públicos.
A prisão de Henrique Wancura não apenas expõe a gravidade do caso, mas também reforça um ponto recorrente na política local: a dificuldade de separar o interesse público da apropriação privada do poder.