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Prefeito de Terenos é preso e 25 são denunciados por corrupção, organização criminosa e fraudes em licitações

Foto: Redes Sociais

Por Flavia Andrade

A Operação Spotless, deflagrada no dia 9 de setembro de 2025 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), resultou na prisão do então prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB), e no indiciamento de outras 25 pessoas. Budke está preso há mais de 20 dias, acusado de chefiar um esquema criminoso que fraudava licitações e desviava recursos públicos.

Além do prefeito afastado, foram alvos de denúncia políticos, empresários, servidores públicos e ex-integrantes da administração municipal. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o grupo atuava como uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas, e manipulava licitações para garantir contratos a empresas previamente escolhidas. Em troca, os envolvidos recebiam propinas e favorecimentos.

O esquema envolvia a elaboração de editais sob medida, ausência de competição real entre as empresas e simulação de entregas de produtos ou serviços que, em muitos casos, sequer eram realizados. O MP estima que, apenas no último ano, as fraudes tenham ultrapassado R$ 15 milhões. 

Entre os denunciados estão:

1. Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
2.Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
3.Arnaldo Santiago, empresário
4.Cleberson José Chavoni Silva, empresário
5.Daniel Matias Queiroz, empresário
6.Edneia Rodrigues Vicente, empresária
7.Eduardo Schoier, empresário
8.Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
9.Felipe Braga Martins, empresário
10.Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
11.Genilton da Silva Moreira, empresário
12.Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
13.Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
14.Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
15.Luziano dos Santos Neto, empresário
16.Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
17.Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
18.Nádia Mendonça Lopes, empresária
19.Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
20.Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
21.Rogério Luís Ribeiro, empresário
22.Sandro José Bortoloto, empresário
23.Sansão Inácio Rezende, empresário
24.Stenia Souza da Silva, empresária
25.Tiago Lopes de Oliveira, empresário
26.Valdecir Batista Alves, empresário

As acusações variam entre organização criminosa, corrupção ativa e passiva, frustração do caráter competitivo de licitação e lavagem de dinheiro. Parte dos denunciados pode responder por mais de um crime.

Segundo o procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior, “o que se apurou na investigação é uma organização criminosa instalada no Poder Executivo do Município de Terenos atuando há anos para fraudar licitações e saquear os cofres públicos, um verdadeiro balcão de negócios comandado pelo prefeito municipal”.

O MPMS também pediu à Justiça a perda dos bens adquiridos com recursos do esquema e a decretação de inelegibilidade de Budke, além de outros três acusados, pelo dobro do tempo da eventual condenação.

Prisão e operação

Durante a operação, foram cumpridos 16 mandados de prisão e 59 de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP). A ação contou com o apoio da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, por meio do Batalhão de Choque e do Bope.

A investigação teve início com a Operação Velatus, em 2024, que levantou as primeiras provas do esquema. A partir daí, as diligências avançaram até a deflagração da Operação Spotless, cujo nome faz referência à exigência de que os processos públicos sejam livres de máculas ou irregularidades.

Com o andamento das denúncias, a Justiça decidirá se os investigados se tornarão réus pelas acusações apontadas pelo MP.

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