Posted in

Brasília aposta em hub aéreo de luxo e mira elite empresarial com novo helicentro

Foto: Divulgação

Redação Plenax – Flavia Andrade

Brasília avança para ocupar um espaço até então negligenciado na mobilidade aérea nacional. A capital, que apesar da forte demanda conta hoje com apenas um heliponto operacional dentro do aeroporto, deve inaugurar em janeiro de 2026 um projeto milionário que pretende transformá-la em um dos principais polos da aviação executiva no país.

O plano prevê a criação de três novos helipontos homologados, cada um com capacidade para acomodar até 25 aeronaves, formando uma rede inédita para pousos e decolagens no Distrito Federal. A iniciativa chega para suprir um gargalo: embora o Brasil tenha a segunda maior frota de helicópteros comerciais do mundo — são 1.798 aeronaves e 1.365 helipontos — cerca de 90% dessa infraestrutura está concentrada no Sudeste.

Impulsionado pelo crescimento anual de até 8% da frota de helicópteros e pela demanda da elite empresarial, o projeto cria uma nova porta de entrada para executivos, investidores e empresários que utilizam aeronaves próprias.

Clube exclusivo e cotas milionárias

O helicentro faz parte de um modelo de negócios inédito em Brasília. O acesso será condicionado à compra de cotas, que variam de R$ 500 mil a R$ 5 milhões, e restritas a quem possui aeronave. Além da infraestrutura aérea, a adesão garante entrada em um clube de negócios premium, com eventos fechados, experiências gastronômicas, encontros sociais e até acesso a embarcações.

A venda será estruturada pela Referência Capital, de Marcelo Da Cruz e Pedro Ros, ao lado dos empresários Arthur Porto e Renato Bittecourt. A empresa vai oferecer parcelamentos com garantia imobiliária, com mensalidades a partir de R$ 7 mil — algo considerado incomum no universo tradicionalmente restrito da aviação privada.

“Estamos viabilizando um modelo acessível para um público altamente segmentado, criando uma rede de alto valor agregado”, afirma Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

Rotas estratégicas e integração regional

O projeto, desenvolvido pela Helitron, inclui rotas executivas ligando Brasília a destinos como Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Pirenópolis, Unaí e Chapada dos Veadeiros. A malha visa aproximar a capital federal de polos econômicos, jurídicos, agroindustriais e turísticos da região Centro-Oeste.

A expectativa é reunir 200 a 300 empresários nos próximos cinco anos, formando um ecossistema de negócios que envolve representantes de setores como advocacia, tecnologia, mercado financeiro e política.

“Brasília precisava de uma estrutura proporcional ao nível das negociações que acontecem aqui. Estamos falando de tomadores de decisão que movimentam cifras bilionárias”, destaca Ros.

Expansão, aeroclube e parcerias

O complexo também prevê a venda de pacotes de voos corporativos, voltados a empresas que buscam premiar executivos com experiências aéreas exclusivas. A operação poderá ser ampliada para Goiânia e outras capitais do Centro-Oeste.

O aeroclube, que será a base operacional e social do projeto, tem conclusão prevista para agosto, mês em que deve ser inaugurado oficialmente, coincidindo com o início das operações dos helipontos e da comercialização das cotas. O grupo ainda negocia com grandes bancos nacionais o patrocínio e os direitos de nome da sala VIP do empreendimento.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error

Enjoy this blog? Please spread the word :)