Redação Plenax – Por Flavia Andrade
Trabalho liderado pelo Brasília Ambiental recupera 34 hectares e promove o retorno de espécies nativas do Cerrado
Uma nova fase de recuperação ambiental começou nesta quarta-feira (12) no Parque Ecológico do Riacho Fundo, administrado pelo Instituto Brasília Ambiental. A ação marca o início da restauração de uma área de 34 hectares que, após dois anos de preparo e controle de capins exóticos, começa agora a ser semeada com espécies nativas do Cerrado.
O projeto é financiado com recursos de compensação florestal destinados à recuperação de áreas degradadas em unidades de conservação. As atividades incluem erradicação de espécies invasoras, preparo do solo com aragem e gradagem, construção de curvas de nível para conter erosões e semeadura de capins, arbustos e árvores típicos do bioma.
A expectativa é que a restauração traga de volta diversas espécies de fauna e flora, fortalecendo o equilíbrio ecológico e a proteção das nascentes do parque — o que também reflete na melhoria da qualidade de vida da população local.
“A compensação ambiental existe justamente para equilibrar os impactos gerados pelo desenvolvimento. Recuperar áreas como esta é fundamental para garantir sustentabilidade e preservar nossos recursos naturais”, destacou o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer.
Comunidade participa da recuperação
A ação também contou com o envolvimento de moradores da região, servidores do parque e técnicos da Tikré Brasil Soluções Ambientais, empresa responsável pela execução do projeto.
“Sabia da importância do parque, mas nunca tinha vindo a esta parte próxima ao Riacho Fundo II. É impressionante ver o trabalho acontecendo”, comentou a microempresária Nadja Rodrigues. “A preservação ambiental é essencial para nossa sustentabilidade, ainda mais diante das mudanças climáticas.”
Os brigadistas florestais comemoraram o início do plantio como um reforço na prevenção a incêndios.
“Nos últimos anos, combatemos muitos focos de fogo provocados por ação humana, devido à proximidade com o conjunto habitacional. Este ano, já tivemos menos ocorrências, e com a nova vegetação, esperamos reduzir ainda mais”, explicou o brigadista Célio Henrique, do Brasília Ambiental.
O chefe da brigada, Alisson Araújo, reforçou que a recuperação tem papel estratégico na proteção das nascentes e na redução de queimadas:
“Essa área sempre acumulou muito mato seco, o que facilitava a propagação do fogo. Com a recomposição vegetal, vamos diminuir significativamente esse risco e permitir o retorno da fauna.”
Sobre o parque
Com 463,53 hectares, o Parque Ecológico do Riacho Fundo se estende entre o Riacho Fundo e o Riacho Fundo II. Criado para preservar a biodiversidade e os recursos hídricos, o espaço abriga veredas, campos de murundus e espécies típicas do Cerrado, como copaíbas, imbiruçus e a Lobelia brasiliensis, flor rara encontrada apenas no Distrito Federal.
Além da conservação ambiental, o parque desenvolve projetos comunitários e educativos, como o Parque Educador, que recebe alunos da rede pública; o viveiro de mudas do Cerrado, voltado à recuperação de áreas degradadas; e iniciativas agroflorestais e hortas Panc (plantas alimentícias não convencionais).
Com a restauração em andamento, o Parque Ecológico do Riacho Fundo reafirma seu papel como um refúgio natural e educativo, essencial para o equilíbrio ambiental e a conscientização ecológica no Distrito Federal.
*Com informações da Agência Brasília
