Redação Plenax – Flavia Andrade
Estado amplia programas estruturantes, fortalece assistência e acelera inclusão de famílias vulneráveis
Mato Grosso do Sul vem registrando avanços expressivos no enfrentamento à pobreza desde 2023, com políticas sociais reformuladas e ações de busca ativa que já começam a refletir nos indicadores. Levantamento divulgado pelo IBGE na Síntese dos Indicadores Sociais mostra que mais de 40 mil pessoas deixaram a situação de pobreza no Estado entre 2023 e 2024, impulsionando um movimento de inclusão social sem precedentes.
Com economia aquecida e níveis elevados de emprego, o governo estadual passou a direcionar os programas da Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead) para além do assistencialismo, priorizando educação, qualificação, segurança alimentar e mobilidade social. Um dos principais exemplos dessa mudança é o MS Supera, que reformulou o antigo Vale Universidade.
A transformação permitiu que estudantes de baixa renda de cursos integrais permanecessem na universidade — como é o caso de Ariadne Mariana Rocha da Cunha, de 24 anos, aluna de Medicina da UFMS. Primeira da família a concluir o Ensino Médio, ela conta que só conseguiu continuar no curso após a mudança que eliminou a exigência de estágio obrigatório para quem estuda em período integral.
“Foi uma segunda vitória. A primeira foi passar no vestibular, e a segunda foi ser aprovada no MS Supera. Sem ele, eu não teria como me manter na faculdade”, relata. Filha de pedreiro e dona de casa, Ariadne hoje concluiu o 6º semestre e sonha em atuar com atendimento humanizado. “Quero tratar qualquer pessoa com respeito, independente de ser rica ou pobre.”
O MS Supera concede um salário mínimo a estudantes de baixa renda matriculados em instituições públicas ou privadas, com o objetivo de garantir permanência e reduzir evasão. Outro programa fortalecido foi o Mais Social, que passou a oferecer adicional de R$ 300 para beneficiários que frequentam o ensino regular ou a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Segundo a secretária da Sead, Patrícia Cozzolino, a reestruturação dos programas foi decisiva: “Adequamos nossas políticas para transformar benefícios em instrumentos de ascensão social. Saímos do assistencialismo e passamos a estimular inclusão produtiva. Estamos perseguindo a erradicação da extrema pobreza.”
Os resultados reforçam essa tendência. Dados do IBGE mostram que a extrema pobreza em MS caiu 40,74% em dois anos: de 2,7% da população em 2022, para 2% em 2023 e 1,6% em 2024. A classificação considera extremamente pobres as famílias que vivem com até US$ 2,15 por dia.
Para avançar ainda mais, a Sead iniciou, em março de 2025, uma busca ativa nos 79 municípios do Estado. Com cruzamento de dados e georreferenciamento, equipes do Mais Social percorrem regiões vulneráveis para incluir famílias que não recebem nenhum auxílio. O programa já atende mais de 40 mil famílias, enquanto o MS Supera deve ampliar suas vagas de 2.200 para 2.500 em 2026.
Além dessas ações, outras políticas reforçam a proteção social no Estado, como o Energia Social: Conta de Luz Zero, que paga integralmente a conta de energia de 29 mil famílias de baixa renda, o programa Cuidar de Quem Cuida, com 1.878 beneficiados, e a distribuição de cestas alimentares para mais de 20 mil famílias indígenas.

