Redação Plenax – Flavia Andrade
O Distrito Federal deu mais um passo importante na organização da assistência prestada a pessoas com HTLV. Nesta semana, ocorreu o pré-lançamento da Linha de Cuidado do HTLV, documento que vai orientar toda a rede da Secretaria de Saúde (SES-DF) e que deve seguir para consulta pública nos próximos dias.
O encontro, realizado na sede da Fiocruz Brasília, reuniu profissionais de saúde de instituições locais e nacionais, além de representantes da sociedade civil. A programação incluiu debates e palestras sobre vigilância, manejo clínico, prevenção e fluxos de atendimento relacionados ao vírus.
Beatriz Maciel, responsável pela Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist/SES-DF), destacou que a nova linha de cuidado vai integrar diferentes níveis de atendimento. “O documento engloba a atenção primária, especializada e hospitalar, além do apoio diagnóstico e da vigilância epidemiológica. A ideia é orientar todo o percurso do paciente, desde a prevenção até o tratamento dos sintomas. Quem receber o diagnóstico de HTLV no DF terá uma rede organizada para acolhimento e cuidado”, afirmou.
A proposta está na etapa final de elaboração, após a contribuição de grupos de trabalho formados por especialistas da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) e de diversas áreas internas da SES-DF. A próxima fase envolve a análise da Assessoria de Redes de Atenção à Saúde (Aras), seguida da avaliação pelo colegiado da Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde (SAIS), antes de ser disponibilizada para consulta pública. “A participação social é essencial nesse processo”, reforçou Maciel.
O que é o HTLV?
O HTLV é uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida por relações sem preservativo, uso compartilhado de seringas, transfusão de sangue contaminado ou da mãe para o bebê durante a amamentação. Em 2024, uma lei distrital tornou obrigatório o teste do vírus no pré-natal, embora a SES-DF já realizasse essa triagem desde 2013.
Pertencente à mesma família do HIV, o vírus infecta linfócitos T e causa uma infecção crônica que pode provocar inflamações em diferentes partes do corpo e, em alguns casos, evoluir para determinados tipos de câncer. Ainda não existe cura ou vacina, mas o DF oferece acompanhamento contínuo e tratamento dos sintomas.
A maioria das pessoas infectadas permanece assintomática por toda a vida. Quando os sinais aparecem, estão geralmente ligados a alterações neurológicas, dermatológicas, hematológicas, oculares ou urológicas.
