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“Não haverá justiça climática sem justiça de gênero”, afirma ministra Márcia Lopes na COP30

A ministra Márcia Lopes destacou o papel que as mulheres desempenham nos esforços globais para combater os efeitos da mudança do clima. Foto: Daniel Hiroshi/EBC

Redação Plenax – Flavia Andrade

Em entrevista ao Bom Dia, Ministra, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reforçou nesta quarta-feira (19) a centralidade das mulheres nas ações globais de enfrentamento à crise climática. Direto de Belém (PA), onde ocorre a COP30, ela destacou que a conferência dedica os dias 19 e 20 de novembro ao Dia de Gênero (Gender Day) e à campanha mundial pelo fim da violência contra a mulher.

Não existirá justiça climática sem justiça de gênero. As mulheres estão ocupando um espaço fundamental nesta COP”, afirmou. Segundo ela, a programação inclui debates, reuniões com catadoras de material reciclável, discussões sobre o Plano Clima e atividades com jovens de diferentes países.

Participação ampliada de mulheres nos debates climáticos

A ministra ressaltou que o Dia de Gênero tem ampliado a participação de mulheres indígenas, negras, pescadoras, ribeirinhas e de comunidades rurais. Ela também destacou a presença de meninas que, segundo Márcia, buscam reconhecimento como cuidadoras e querem mais acesso a políticas públicas.

Cartilha “Mulheres nas Ações Climáticas”

Durante a COP30 está sendo distribuída a cartilha Mulheres nas Ações Climáticas, um dos materiais de maior repercussão no evento. Márcia Lopes destacou que o conteúdo será disponibilizado digitalmente para todo o Brasil, com o objetivo de fortalecer a informação e a conscientização sobre o papel das mulheres na agenda climática.

“Todos os dias temos várias atividades para dialogar com brasileiras, brasileiros e mulheres de outros países”, disse.

Protocolo para emergências climáticas

A ministra também detalhou o protocolo internacional que orienta a atuação de mulheres e meninas em situações de emergência e desastres climáticos. A iniciativa, desenvolvida em parceria com organismos internacionais dentro do Plano de Aceleração de Soluções (PAS), estabelece diretrizes de segurança, apoio e atuação em crises ambientais.

“Embora sejam as mais impactadas, as mulheres também são as que mais constroem soluções — da reconstrução das casas ao cuidado da família e da comunidade”, afirmou.

Legado da COP30

Questionada sobre o legado do evento para as mulheres, Márcia Lopes explicou que o trabalho começou antes da conferência, com a implantação do curso Diplomacia Popular, voltado à formação de mulheres para atuação social e política.

O ministério pretende ampliar o programa e distribuir a cartilha em escolas, para que o tema seja inserido no ambiente de ensino. “Nada é mais transformador do que a educação e a mudança de visão em cada geração”, observou.

Construção do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres

A ministra também destacou o avanço na formulação do novo Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. A construção do documento tem envolvido quase mil conferências livres em todo o país, reunindo jornalistas, empresárias, catadoras e representantes de diversos setores.

“As mulheres tiveram autonomia para se reunir e definir prioridades. Isso é democracia. Agora, com 60 propostas centrais, vamos consolidar o Plano Nacional. As mulheres estão mais mobilizadas”, afirmou.

Participação no programa

O Bom Dia, Ministra é uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Participaram desta edição rádios da Rede Nacional, além de emissoras do Pará, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

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