
**por Lilian Marescalchi, diretora industrial da Trading Care
Segundo estudo, os cuidados com o meio ambiente estão evoluindo nas empresas brasileiras – Crédito: Divulgação
Muito se fala sobre sustentabilidade e sobre como incorporá-la ao dia a dia, ou melhor, como ser uma pessoa mais sustentável e contribuir para a preservação do planeta. Sustentabilidade vai muito além da reciclagem de resíduos industriais. Ela envolve repensar processos produtivos, reduzir desperdícios, adotar materiais de menor impacto ambiental e promover uma cultura empresarial mais consciente. É sobre preservar os recursos naturais, proteger ecossistemas e buscar um equilíbrio real entre desenvolvimento e respeito ao meio ambiente.
Analisando o cenário do ano de 2024, é notável como a prática ESG (Environmental, Social and Governance) e os cuidados com o meio ambiente vêm evoluindo nas empresas brasileiras, porém, é algo que tem o potencial de ser muito mais desenvolvido ainda. De acordo com o estudo “A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras: Avanços e Desafios 2024”, conduzido pela Beon ESG e Aberje, 51% das empresas no país já possuem uma estratégia de sustentabilidade formalizada, representando um aumento de 14 pontos percentuais em relação a 2021.
Os dados mostram que a sustentabilidade corporativa já não é apenas um diferencial competitivo, mas uma exigência para a longevidade dos negócios. A sustentabilidade não deve ser vista apenas como uma obrigação, mas como uma oportunidade para inovar, reduzir desperdícios e gerar impactos positivos tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade.
Além do compromisso ambiental, as práticas sustentáveis podem gerar benefícios econômicos e sociais para as empresas. A adoção de medidas eficientes, como a redução do consumo de energia, a reutilização de materiais e a otimização de processos produtivos, não apenas minimiza os impactos ambientais, mas também reduz custos operacionais.
Não é por acaso que na Trading Care, uma empresa que está há 49 anos no mercado e que oferece produtos focados na estética automotiva, cuidados para lares e animais de estimação, esse pensamento está presente de forma estratégica. A empresa, que já recebeu o Selo Verde por duas vezes consecutivas, investe em soluções que alinham inovação e sustentabilidade. O compromisso ambiental da empresa inclui ainda o monitoramento de 40 espécies nativas em sua área, que é uma área de preservação permanente (APP) de um fragmento de Mata Atlântica onde a flora e a fauna silvestres se proliferam. Com auditorias frequentes do Ibama, e um rigoroso sistema de contenção e tratamento de efluentes para garantir o descarte seguro da água utilizada.
Como parte da busca por uma operação mais sustentável, a Trading Care investiu na substituição de equipamentos industriais para reduzir o consumo de energia e matéria-prima, desenvolve embalagens mais leves e recicláveis e planeja a implantação de placas fotovoltaicas. Além disso, em 2023, a empresa gerenciou 145,64 toneladas de resíduos, incluindo 58,58 toneladas de papel e papelão, evitando a extração de 1.172 árvores, e 28,47 toneladas de madeira, convertidas em 14 megawatts de energia por meio da biomassa.

A Trading Care é uma empresa que está em uma área de preservação permanente (APP) de um fragmento de Mata Atlântica – Crédito: Divulgação
Seguindo esse exemplo, podemos perceber que a sustentabilidade empresarial vai muito além da adoção de práticas ecológicas isoladas. No meu ponto de vista, ela deve ser uma transformação real dentro das empresas, integrando responsabilidade ambiental, social e econômica no dia a dia. Quando a sustentabilidade faz parte da estratégia e da cultura organizacional, os benefícios vão muito além da preservação ambiental. Ela também impulsiona a inovação, reduz custos operacionais e fortalece a reputação no mercado, atraindo consumidores cada vez mais conscientes.
Então, diante desses exemplos, será que a sustentabilidade pode estar em risco com o avanço tecnológico nas indústrias?
Muito pelo contrário! Essas iniciativas demonstram que sustentabilidade e inovação podem, na verdade DEVEM, caminhar juntas. Longe de ser uma barreira, a evolução tecnológica tem se mostrado uma aliada na busca por processos mais eficientes e responsáveis. Empresas que integram práticas sustentáveis à sua estratégia não apenas reduzem impactos ambientais, mas também se destacam em um mercado cada vez mais exigente. Ao fazer isso, garantem além da preservação dos recursos naturais, sua própria relevância e competitividade a longo prazo.
Portanto, é fundamental que as empresas brasileiras continuem avançando em suas práticas sustentáveis, indo além do discurso e implementando ações concretas que promovam o desenvolvimento sustentável. Somente assim será possível construir uma economia em harmonia com o meio ambiente.