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Sanitation and Water for All lança documento de política sobre gênero e clima na COP30

Foto: Reprodução

Da Redação

SWA também atualiza na COP30 a definição de serviços de água, saneamento e higiene resilientes ao clima, inicialmente apresentada na COP29 no Azerbaijão

Aproveitando a tração gerada pela Reunião de Ministros do Setor de 2025, quando líderes globais endossaram o Pacto de Alto Nível sobre Segurança e Resiliência Hídrica, em outubro, a parceria global Sanitation and Water for All (SWA), sediada no UNICEF, lançou novos frameworks na COP30, em Belém, para fortalecer a responsabilização e a ação coletiva diante da crise climática, com o objetivo de colocar água, saneamento e questões de gênero no centro da adaptação climática e do controle de emissões. Em 2024, 40 milhões de pessoas foram deslocadas por desastres relacionados à água, destacando a urgência de atenção global para o tópico.

Lançado em 12 de novembro, o briefing de políticas intitulado “Crises convergentes e oportunidades potenciais: Gênero, clima, saneamento e água” traz recomendações baseadas em evidências para que líderes promovam igualdade de gênero e acesso equitativo à água e ao saneamento, além de reforçar a necessidade urgente de posicionar mulheres e meninas como líderes e detentoras de conhecimento nos esforços de adaptação climática. As mulheres são as que mais sofrem com a insegurança hídrica – sendo responsáveis pela coleta de água em 7 de cada 10 domicílios – e enfrentam riscos agravados pelas mudanças climáticas, incluindo impactos sobre saúde, segurança, educação e meios de subsistência.

Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e membro do Conselho de Liderança Global do SWA, autora de um dos prefácios incluídos no Gender Policy Brief e que o apresentou durante a COP30, afirmou: “Para alcançar uma adaptação verdadeiramente transformadora, políticas sensíveis ao gênero devem desmontar desigualdades sistêmicas na governança de água e saneamento. Os marcos nacionais precisam incorporar a igualdade de gênero como um componente obrigatório e responsável dos serviços de água e saneamento resilientes ao clima.”

“A mudança climática deixou de ser uma ameaça distante. Ela já está aprofundando desigualdades, especialmente para mulheres, crianças e comunidades marginalizadas que menos contribuíram para as emissões, mas sofrem os maiores impactos. A igualdade de gênero é central para a justiça social e um poderoso motor de resiliência climática – que começa verdadeiramente quando mulheres e grupos marginalizados são colocados como líderes, e não apenas como beneficiários”, comenta Anjani Kapoor, chefe de políticas da SWA, falando durante o lançamento do documento na COP30.

Além disso, a SWA atualizou sua definição fundamental de serviços WASH resilientes ao clima, inicialmente apresentada na COP29 no Azerbaijão. A versão aprimorada incorpora amplo feedback de governos e parceiros, apresentando um novo Framework de Resposta, que oferece um conjunto de opções adaptativas nos níveis transfronteiriço, nacional e local. Reconhecida como a “COP da implementação”, a COP30 recebe o documento como orientação prática e oportuna, baseada nos contextos locais, apoiando a implementação efetiva da Meta 9a do Framework dos Emirados Árabes Unidos para Resiliência Climática Global. O documento reforça a importância da gestão de riscos climáticos específicos a cada contexto como elemento essencial para transformar compromissos em ações de adaptação concretas.

Pacto de Alto Nível sobre segurança e resiliência hídrica

A SWA promove responsabilização por meio de parcerias multissetoriais robustas, indicadores transparentes de monitoramento e avaliação baseada em evidências, convertendo compromissos políticos coletivos em resultados tangíveis por meio do Pacto de Alto Nível sobre Segurança e Resiliência Hídrica.

O Pacto convoca governos a colocar água e saneamento no centro da ação climática, redução de riscos de desastres, proteção da biodiversidade e crescimento econômico sustentável. Ele funciona como um marco político vivo para orientar esforços conjuntos a partir de 2025, com revisões regulares de progresso em plataformas globais como a COP30, o Baku Dialogue on Water and Climate e a Conferência da ONU sobre Água de 2026. Até o momento, 26 governos e 23 organizações já endossaram o Pacto – uma aliança crescente que fortalece a gestão sustentável da água em todos os níveis e estabelece as bases para os direitos humanos, prosperidade e estabilidade de longo prazo.

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