Redação Plenax – Flavia Andrade
A Justiça do Rio de Janeiro revogou o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) aplicado ao bicheiro Rogério Andrade, determinando sua saída da penitenciária federal de segurança máxima em Campo Grande (MS), onde está desde novembro de 2025. Com a decisão, ele retornará ao sistema prisional fluminense.
A 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça entendeu que Andrade não se enquadra no perfil exigido para permanência no sistema penitenciário federal. O relator, desembargador Marcius da Costa Ferreira, destacou que o RDD é uma medida extrema e só deve ser aplicada quando comprovadamente indispensável.
“O custodiado não apresenta perfil compatível com os critérios do sistema penitenciário federal. Evidenciado o constrangimento ilegal, determino sua transferência para o sistema prisional do estado do Rio”, afirma o magistrado na decisão.
Apesar da transferência, a prisão preventiva de Rogério permanece válida. O tribunal reiterou que a medida é necessária para garantir a ordem pública e a continuidade das investigações.
Histórico no jogo do bicho
Rogério Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, figura histórica do jogo do bicho no Rio e patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel. A morte de Castor, em 1997, desencadeou uma disputa familiar pelo controle do negócio, marcada por crimes e rivalidades.
O conflito envolveu Paulinho de Andrade, filho de Castor, assassinado em 1998 — crime atribuído a Rogério — e Fernando Iggnácio, rival direto na disputa e também morto anos depois.
Morte de Fernando Iggnácio
Rogério foi preso em outubro de 2024, acusado de ser o mandante do assassinato de Fernando Iggnácio, ocorrido em novembro de 2020. O crime aconteceu no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, logo após Iggnácio retornar de Angra dos Reis.
Ele foi baleado por três disparos de fuzil, um deles na cabeça, e morreu na hora. O atirador estaria escondido em um terreno baldio ao lado do heliporto, segundo as investigações.
