Por Flavia Andrade
Candidata ao Conselho Federal de Farmácia defende renovação, união da categoria e um piso salarial justo para os profissionais farmacêuticos
A farmacêutica Renata Rocha, candidata ao Conselho Federal de Farmácia (CFF) pela Chapa 1, concedeu entrevista ao jornalista e radialista Eli Sousa no programa “Bronca do Eli”, nesta segunda-feira (27). Durante a conversa, Renata apresentou suas propostas para fortalecer a categoria farmacêutica em Mato Grosso do Sul e destacou a importância da renovação na representação da classe junto ao Conselho Federal.
Com uma trajetória marcada pela atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) e ampla formação em diversas áreas da farmácia, Renata Rocha se apresenta como candidata ao Conselho Federal de Farmácia, pela Chapa 1, nas eleições que acontecem de 12 a 13 de novembro. Em entrevista, ela fala sobre sua experiência, suas propostas e o compromisso em representar os farmacêuticos de Mato Grosso do Sul com dedicação e verdade.
Eli Sousa: Renata, você fala em um “serviço diferenciado” e em renovação no Conselho Federal de Farmácia. O que exatamente significa essa proposta?
Renata Rocha: Exatamente. O que eu defendo é um serviço de renovação. Acredito que precisamos renovar a representação que temos hoje no Conselho Federal de Farmácia, trazendo novas ideias e maior proximidade com os profissionais.
Eli Sousa: Você tem uma trajetória extensa no setor público. Poderia nos contar um pouco sobre sua experiência?
Renata Rocha: Sim. Fui coordenadora de assistência farmacêutica no SUS, secretária municipal de Saúde e diretora de Atenção Básica. Atuei também como coordenadora de ciência farmacêutica em Figueirão, Bodoquena e Anastácio, além de ter sido secretária de Saúde em Bodoquena. Iniciei minha jornada como farmacêutica no SUS em 2018 e permaneci até 2020.
Eli Sousa: E na sua formação acadêmica, quais são as especializações que você possui?
Renata Rocha: Tenho pós-graduação em diversas áreas: Farmácia Clínica, Farmácia Hospitalar, Farmácia Estética, Análises Clínicas, Microbiologia, Farmácia Magistral com ênfase em dermocosméticos e nutracêuticos, e Gestão de Farmácias e Drogarias. Além disso, sou habilitada para atuar em clínicas de vacinação — o farmacêutico hoje pode ser responsável técnico nesse segmento.
Eli Sousa: O que você pretende fazer de diferente, caso seja eleita?
Renata Rocha: Quero propor maior união entre os profissionais e lutar por um piso salarial nacional justo. Hoje o farmacêutico acumula muitas atribuições, mas a remuneração ainda não condiz com o trabalho desempenhado. Minha luta é por valorização real e por políticas públicas que assegurem esse reconhecimento.
Eli Sousa: O que motivou sua candidatura ao cargo de conselheira federal?
Renata Rocha: Acredito que, como conselheira federal, posso contribuir muito mais com a classe. Já atuo há dois anos como conselheira regional, o que me aproximou das demandas dos colegas. As dificuldades que eles enfrentam são as mesmas que eu vivo como farmacêutica na prática.
Eli Sousa: Quais são as principais responsabilidades de um conselheiro federal de farmácia?
Renata Rocha: O conselheiro julga processos éticos administrativos vindos dos conselhos regionais, garante o cumprimento do Código de Ética e da legislação profissional, e estimula a capacitação e valorização dos farmacêuticos. Trabalha em conjunto com os conselhos regionais, com voz e voto nas decisões da categoria.
Eli Sousa: Como será o processo de votação?
Renata Rocha: A votação é totalmente online. Os farmacêuticos receberão uma senha provisória por e-mail e poderão votar no site “Voto é Farmacêutico” entre os dias 12 e 13 de novembro. O resultado será divulgado logo após o encerramento da votação, pelo próprio sistema do Conselho Federal.
Eli Sousa: Quem pode votar?
Renata Rocha: Todos os farmacêuticos ativos e adimplentes no Conselho de Farmácia. Hoje, no Mato Grosso do Sul, temos aproximadamente cinco mil inscritos aptos a votar.
Eli Sousa: Qual mensagem você deixaria para seus colegas farmacêuticos?
Renata Rocha: Que a hora é agora. Está nas mãos dos farmacêuticos a oportunidade de renovação. Estou pronta para representá-los com compromisso e verdade no Conselho Federal de Farmácia.
Eli Sousa: E quanto à sua proposta para a área hospitalar?
Renata Rocha: O salário do farmacêutico hospitalar ainda é muito abaixo do ideal. Pretendo elaborar, junto ao Conselho Federal e ao Ministério da Saúde, um projeto de diretriz nacional que estabeleça parâmetros mínimos de remuneração justa para esses profissionais.
Eli Sousa: Há muitas denúncias no setor regulatório sobre irregularidades em farmácias?
Renata Rocha: Sim, existem. Atualmente há uma parceria entre o setor de fiscalização do Conselho, o DECOM e a Vigilância Sanitária para investigar práticas ilegais, como a venda de medicamentos sem receita. A fiscalização tem sido intensificada, tanto na capital quanto no interior.
Eli Sousa: Onde fica a sede do Conselho Regional de Farmácia?
Renata Rocha: A sede fica em Campo Grande, mas atendemos todo o estado. São cerca de 79 municípios sob nossa responsabilidade.
Eli Sousa: Para finalizar, o cargo de conselheiro federal é remunerado?
Renata Rocha: Não, é um trabalho voluntário. Atuamos por amor à profissão e pelo desejo de fortalecer a categoria.
Eli Sousa: E como tem sido a receptividade à sua candidatura?
Renata Rocha: Tem sido muito positiva. Os colegas se sentem valorizados ao ver alguém disposto a ouvi-los e lutar por suas causas. Fomos muito bem recebidos nas visitas às drogarias e pretendemos percorrer todo o estado, inclusive as regiões mais distantes.
Eli Sousa: Deseja deixar uma última mensagem?
Renata Rocha: Quero reforçar que valorização não é promessa, é necessidade. Vote em quem vive a realidade farmacêutica. Eu, Renata Rocha, e minha colega Mariliana Santos, da Chapa 1, estamos prontas para representar os farmacêuticos de Mato Grosso do Sul no Conselho Federal de Farmácia.
