Da Redação
Com abordagem populista, fala reforça a posição de um agente de mudanças e destaca a intenção de reposicionar a nação como um exemplo de prosperidade e liderança
No discurso de posse do segundo mandato, Donald Trump, além da tradicional linguagem simples, utilizou muitas pausas e preferiu um tom de voz solene, que comunicasse uma mensagem forte. Talvez exatamente para equilibrar o conteúdo das suas palavras, impactantes, que envolvem desde a emergência contra os imigrantes até os planos de expandir território. Trump optou, então, por uma fala comedida, pouco inflamada.
Quem avalia é o bicampeão brasileiro de oratória, Giovanni Begossi. “Trump se posicionou como um líder voltado para os interesses do povo e a todo momento destacou a necessidade de devolver o poder à população, de várias maneiras. O foco são os cidadãos comuns”, destaca.
Das muitas armas da persuasão que Trump possui em seu arsenal – que vão desde apelidos bem-humorados a críticas vorazes – o novo presidente dos EUA optou pela mais poderosa de todas: o storytelling. E fez questão de lembrar que muitos consideravam impossível ele voltar à Casa Branca, mas que ali estava ele. Isso vai ao encontro de um dos pilares mais importantes da comunicação: motivar. “Ao compartilhar sua história, Trump gera identificação, pois todos nós já fomos subestimados alguma vez na vida. Nós não lembramos facilmente de fatos, números e estatísticas, mas lembramos de histórias”, pontua Begossi.
Usando uma retórica direta e buscando sempre se conectar com seus eleitores ao reafirmar compromissos feitos durante a campanha, Trump deixou claro que entendeu o poder da oratória.
“A oratória vai muito além de simplesmente comunicar fatos, ela recria possibilidades e realidades, muda pensamentos. E foi para isso que Trump apelou, para o senso de orgulho e ambição do estadunidense, criando uma forte conexão emocional com o cidadão. E a emoção sempre convence mais que a razão”, finaliza o especialista super premiado em debates e oratórias em diversos idiomas.