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Profissões do futuro: escolas preparam alunos para carreiras que ainda nem existem

Crédito: Divulgação

Da Redação

Instituições apostam em currículo diversificado, desenvolvimento de soft skills e parcerias estratégicas para formar alunos preparados para seguir carreiras inovadoras, criativas e autorais

Geralmente quando se pergunta a uma criança “o que ela quer ser quando crescer”, é comum que se obtenha como resposta funções como médico, engenheiro, veterinário, cientista ou administrador de empresas, as cinco carreiras de maior prestígio no Brasil, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE).

Mas a tendência é que esse cenário mude, tendo em vista as transformações do mundo do trabalho: muitas das profissões do futuro sequer foram criadas ainda. Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, 170 milhões de novas funções serão criadas e 92 milhões destituídas, resultando em um aumento líquido de 78 milhões de empregos até 2023. Avanços tecnológicos, mudanças demográficas, tensões geoeconômicas e pressões econômicas são os principais impulsionadores dessas mudanças, remodelando setores e profissões no mundo todo. Além disso, cerca de 40% das competências exigidas no mercado hoje devem mudar nos próximos anos.
 

Em um mundo cada vez mais multidisciplinar, fugir da rota clássica das profissões que eram vistas como “seguras” pelas gerações anteriores é uma realidade possível. Nesse cenário, escolas que estimulam o autoconhecimento, a criatividade e o pensamento crítico dos alunos, apoiando-os a seguirem carreiras fora dos modelos tradicionais, ganham protagonismo. 

Brazilian International School – BIS, de São Paulo, valoriza a diversidade de interesses e talentos, adotando uma abordagem personalizada para apoiar alunos que buscam carreiras não tradicionais e valorizando a individualidade. 

A escola oferece orientação acadêmica e profissional com um conselour, onde os alunos podem discutir seus interesses e aptidões; testes psicométricos; palestras e workshops realizados por pais da própria comunidade escolar, que compartilham experiências de forma mais próxima aos jovens; e apoio de universidades parceiras para esclarecer dúvidas sobre carreiras e cursos. 

“Nosso currículo também é muito diversificado, apoiando e abrangendo habilidades e competências necessárias para as mais diversas escolhas de carreira. Os educadores incentivam a autodescoberta e a expressão individual, criando um ambiente acolhedor onde os alunos se sentem seguros para seguir caminhos inovadores”, explica a coordenadora pedagógica Ana Claudia Gomes. 

O currículo diversificado da escola contempla ainda disciplinas e atividades extracurriculares que estimulam a criatividade e a inovação, como Artes Visuais, Música, Literatura, Public Speaking (uma espécie de treinamento para falar em público) e Teatro. Para aqueles que buscam enveredar para a carreira artística, por exemplo, o BIS oferece projetos interdisciplinares como um Festival de Artes e os programas internacionais ISP ChangemakersFilmmakers e Artists, que aproximam os estudantes de contextos reais e globais, e permitem que os jovens expressem e desenvolvam habilidades artísticas. 

Competências como criatividade, empreendedorismo e pensamento crítico também são incentivados por meio de metodologias ativas, aulas de planejamento de carreira e projeto de vida, além de eventos como feiras, mostras culturais e visitas técnicas. 

“Acreditamos que um currículo diversificado é fundamental para preparar os alunos para um futuro em constante evolução. O mundo está se tornando cada vez mais multidisciplinar, e proporcionar uma educação abrangente e flexível permite que os alunos desenvolvam uma gama ampla de habilidades. Isso não apenas os prepara para oportunidades de carreira em diversos campos, mas também promove uma cidadania global e consciente, capacitando-os a serem agentes de mudança em suas comunidades”, destaca a coordenadora do BIS. 

Já na Escola Internacional de Alphaville – EIA, de Barueri, a abordagem começa com a estruturação de um plano de desenvolvimento individual. A gestora da EIA, Ana Claudia Favano, explica que a filosofia da escola – única de Alphaville certificada como IB(International Baccalaureate) Continuum School – é centrada na construção de habilidades de vida, tendo o autoconhecimento como foco do currículo. 

“A partir das descobertas em relação às suas forças pessoais, inteligências, tipos psicológicos e características únicas, nossos alunos são levados a traçar um plano de desenvolvimento individual. As escolhas podem ou não estar dentro do que chamamos ser convencional. Preparamos os alunos para escolhas de vida, sejam elas medicina, engenharia ou empreendedorismo”, explica a gestora da EIA. 

A escola também valoriza competências como perseverança, curiosidade e protagonismo, fundamentais para carreiras inovadoras, preparando cidadãos do mundo, aptos a atuarem em diversas áreas — das artes à tecnologia, da sustentabilidade ao empreendedorismo. 

“Temos um ‘Programa de Convivência Ética, Ciência do Bem-estar e Autorrealização, que perpassa toda a formação do aluno, do infantil até o Ensino Médio. Desenvolvemos habilidades sociomorais e socioemocionais, com o objetivo de fortalecer o caráter de cada um, e assim, consequentemente, prepará-los para realizar escolhas mais seguras mesmo diante de um futuro ainda incerto. Preparamos nossos alunos para serem os empreendedores de suas vidas”, acrescenta. 

Durante a trajetória acadêmica na escola, os alunos ainda constroem seus próprios portfólios, reunindo suas habilidades e competências únicas. Esse material é usado, inclusive, para ajudar os candidatos a pleitear vagas em processos de admissão em universidades renomadas no exterior, e nos vestibulares de instituições de ensino no Brasil.
 
Na opinião de Ana Claudia Favano, a escola deve oferecer disciplinas e experiências nas mais diversas áreas humanas e tecnológicas, a fim de que contemplem tudo o que é importante para o futuro. “O futuro é incerto, e muitas carreiras poderão ser substituídas pela tecnologia. As pessoas hoje são contratadas pelas hard skills e perdem os empregos por não desempenharem a contento as soft skills. Desenvolver as potencialidades individuais é importante porque elas são únicas e dificilmente serão substituídas pela inteligência artificial ou por uma máquina”, finaliza.

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