Redação plenax – Flavia Andrade
O professor Washington Alves Pagane relatou ter sido vítima de agressões e de uma prisão ilegal durante um protesto realizado no sábado (29), no Centro de Campo Grande. Em vídeo enviado à redação do TopMídiaNews, ele descreveu o que chamou de “covardia” praticada por agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Pagane afirma que permaneceu três horas algemado a uma barra de ferro, dentro da delegacia, sem ter cometido crime. “Fiquei três horas algemado, preso sem motivo. Foi uma prisão ilegal”, declarou, ainda indignado.
Protesto pela CPI da Saúde teria motivado abordagem
Segundo o professor, ele participava pacificamente de um ato que cobrava a abertura de uma CPI da Saúde. Ele carregava uma faixa pedindo investigação e gritava palavras de ordem quando, conforme relata, a situação começou a incomodar representantes da gestão municipal. “Isso parece ter incomodado tanto a prefeita que, pessoalmente, o secretário de segurança foi ao local e mandou me retirar”, afirmou.
“Me bateram no estômago”, diz professor
A partir da ordem, a abordagem teria se tornado violenta. “Chegaram muitos policiais armados, me puxaram e, quando eu estava encostado na grade, um deles começou a me golpear no estômago. Outros fizeram um círculo para impedir filmagens”, relatou.
O professor afirma ainda que quem tentava registrar a ação também foi alvo de intimidação. “Eles começaram a tentar prender as pessoas que estavam filmando a covardia”, disse.
Durante a confusão, sua mãe — uma idosa de 61 anos — teria sido empurrada ao chão. “Ver minha mãe sendo jogada foi desesperador”, contou.
Fake news e tentativa de descredibilização
Pagane também rebateu informações falsas que, segundo ele, passaram a circular nas redes sociais após o episódio. “Uma influencer comissionada da prefeitura disse que eu estava com um canivete e colocando pessoas em risco. Isso é mentira. Nem revistado eu fui”, afirmou.
Na delegacia, Pagane relata que ele próprio precisou avisar aos policiais que carregava uma chave no bolso.
“Eles não queriam me revistar, só me agredir e encerrar o protesto”, declarou.
“Quem vai devolver minha dignidade?”
Emocionado, o professor criticou a ausência de posicionamento das autoridades sobre o ocorrido e cobrou providências. “Quem vai devolver minha dignidade? Ninguém parece se importar. Estão criando fake news para me destruir, mas eu não vou ficar calado”, disse.
O caso reacende debates sobre uso de força pela Guarda Municipal, liberdade de expressão e respeito ao direito de manifestação na Capital.

