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Operação Rejeito: PF prende ex-diretor da instituição de Minas Gerais em esquema de corrupção ambiental

Foto: Frame de vídeo/Reprodução Dailymotion

Por Flavia Andrade

Nesta quarta-feira (17), o ex-diretor da Polícia Federal (PF) em Minas Gerais Rodrigo de Melo Teixeira foi preso durante a Operação Rejeito, deflagrada pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A ação investiga um esquema de corrupção e facilitação de crimes ambientais que teria movimentado cifras bilionárias no estado. Cerca de, 15 pessoas foram presas e duas estão foragidas. Servidores estaduais do meio ambiente foram afastados.

Rodrigo de Melo Teixeira é natural de Barbacena (MG) e ingressou na Polícia Federal em 1999. Na corporação, ele chefiou a Delegacia de Repressão ao Tráfico de Entorpecentes no estado de Tocantins. Em Minas Gerais, trabalhou no Núcleo de Combate a Crimes Financeiros e atuou como corregedor, além de ter chefiado a regional mineira. Rodrigo também foi secretário-adjunto de Defesa Social no estado.

Teixeira se destacou em casos de grande repercussão, como as investigações sobre a facada no então candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (2018), e sobre o rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019. O ex-diretor também exerceu cargos estratégicos no Executivo mineiro e municipal: foi secretário-adjunto de Defesa Social do Estado (2015-2016), presidente da Feam (2016-2018) e secretário municipal de Segurança e Prevenção de Belo Horizonte (2019-2022).

Em 2024 foi nomeado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras. Ao longo da carreira, recebeu condecorações como as medalhas Presidente Juscelino Kubitschek, da Inconfidência e Santos Dumont, em reconhecimento à atuação na segurança pública de Minas Gerais.

Deflagrada pela Polícia Federal, a operação Rejeito mira fraudes e pagamentos de propina em troca de licenças ambientais e facilitação de empreendimentos. Segundo a PF, o esquema envolve servidores públicos e empresários, afetando diretamente a fiscalização e o controle ambiental no estado, marcado pelos desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019).

Entenda a Operação Rejeito 

  • Alvo: uma “verdadeira organização criminosa”, segundo a PF, especializada em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor de mineração
  • Modo de operação: o grupo obtinha licenças ambientais fraudulentas através do “pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos” de órgãos como IPHAN, ANM e SEMAD-MG
  • Estrutura: utilizava uma “robusta e complexa rede de empresas” para “legitimar práticas delituosas”, ocultar os verdadeiros responsáveis e praticar “lavagem de capitais”
  • Valores envolvidos: a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos do grupo. A PF apurou que a organização “expandiu exponencialmente sua atuação” em projetos com potencial superior a R$ 18 bilhões
  • Ação policial: foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 79 de busca e apreensão contra empresários e diretores do esquema
  • Servidores afastados: agentes da FEAM, IEF e Copam foram afastados de suas funções por suspeita de participação no esquema de corrupção
  • Impacto ambiental: as atividades da organização causaram graves consequências, como desabamentos, ampliação de erosões e ameaças a espécies endêmicas e ao patrimônio espeleológico na Serra do Curral

*Com informações do Correio Braziliense


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