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Nutrição balanceada é decisiva para qualidade óssea e desempenho das aves de corte

Foto: Divulgação

Redação Plenax – Flavia Andrade

A qualidade dos ossos tem se tornado um dos temas centrais da avicultura moderna, especialmente diante do avanço genético e do aumento do desempenho produtivo das aves. Para especialistas, o caminho para garantir estrutura óssea adequada passa, obrigatoriamente, por uma nutrição balanceada e tecnicamente ajustada a cada fase de criação.

Segundo o médico-veterinário Fabio Zotesso, da Auster Nutrição Animal, a combinação correta de nutrientes é fundamental para a saúde óssea. “Para atingir boa qualidade dos ossos, é preciso adotar uma nutrição balanceada, com oferta adequada de cálcio, fósforo, vitamina D ativa, zinco e manganês em forma quelatada, além da aplicação de fitase em doses elevadas”, afirma.

Essas estratégias nutricionais apresentam resultados positivos tanto em aves de ciclo curto, como os frangos de corte, quanto em aves de ciclo longo, como as reprodutoras. No caso dos frangos, o objetivo é fortalecer a estrutura óssea para sustentar altas taxas de deposição muscular. Já nas reprodutoras, o foco recai sobre a qualidade da casca dos ovos, fator diretamente ligado à eclodibilidade e ao número de pintinhos nascidos.

Com o passar dos anos, os frangos de corte passaram por intenso melhoramento genético, priorizando ganho de peso e eficiência alimentar. Embora esses avanços tenham elevado a produtividade, também contribuíram para o surgimento de problemas locomotores, como a discondroplasia tibial (DT). A condição está associada à elevada taxa de crescimento corporal e ao maior desenvolvimento da musculatura do peito, que desloca o centro de gravidade das aves.

“A nutrição de precisão contribui para uma ossificação mais eficiente, prevenindo falhas de vascularização e deformidades na cartilagem, que estão associadas à discondroplasia — um problema multifatorial nas aves de corte”, explica Zotesso.

Uma alimentação equilibrada favorece o processo de ossificação osteocondral, responsável pela substituição da cartilagem por tecido ósseo, especialmente nas áreas de crescimento. Alterações nesse processo podem resultar em problemas locomotores, dificultando o acesso das aves a comedouros e bebedouros e comprometendo o desempenho produtivo.

No caso das reprodutoras, o controle do crescimento durante a fase de recria reduz a incidência desses distúrbios. Já na fase de produção, a nutrição torna-se essencial para garantir a resistência da casca dos ovos. Mesmo com o uso de fontes adequadas de cálcio, entre 40% e 60% da demanda do mineral ainda é suprida pela matriz óssea da ave.

Por ser um tema multifatorial, a avaliação da qualidade óssea deve considerar outros fatores além da nutrição, como genética, idade, ambiência, programa de luz, composição dos alimentos e desafios sanitários.

“A nutrição adequada para cada fase produtiva é fundamental para garantir a performance zootécnica e reduzir perdas relacionadas à deficiência óssea”, conclui o veterinário.

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