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Neuroeducação e psicomotricidade auxiliam na alfabetização e inclusão de crianças neurodivergentes

Foto: Divulgação

Da Redação

Movimento corporal, estímulos sensoriais e práticas baseadas em evidências fortalecem o aprendizado e a atenção em sala de aula, segundo a neuropedagoga Mara Duarte da Costa, diretora da Rhema Neuroeducação

Pesquisas recentes em neurociência cognitiva têm reforçado o papel da psicomotricidade como aliada fundamental da alfabetização e do desenvolvimento inclusivo. Estudos do Center on the Developing Child, da Universidade de Harvard, indicam que o cérebro infantil forma cerca de 1 milhão de novas conexões neurais por segundo nos primeiros anos de vida, demonstrando que a aprendizagem é tanto um processo mental quanto corporal. É nesse contexto que a neuroeducação e a psicomotricidade se unem para transformar a forma como crianças, especialmente as neurodivergentes, são alfabetizadas no Brasil.

Para a neuropedagoga Mara Duarte da Costa, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação, a compreensão do corpo como instrumento de aprendizagem é essencial. “A criança aprende com o corpo. Quando ela se movimenta, organiza o pensamento e fortalece vínculos afetivos. O movimento é uma linguagem que antecede a fala e estrutura o pensamento simbólico, base da leitura e da escrita”, explica.

A especialista, que lidera há mais de 16 anos programas de formação docente e já capacitou milhares de professores no Brasil e em mais de 20 países, destaca que práticas psicomotoras integradas à rotina escolar favorecem o desenvolvimento da atenção, da memória e da coordenação, habilidades essenciais para o processo de alfabetização. “A psicomotricidade é a ponte entre o corpo e o pensamento. Quando o professor utiliza atividades motoras planejadas, estimula o cérebro a criar novas conexões e a consolidar aprendizagens significativas”, complementa.

Segundo dados do IBGE, cerca de 18,9 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, e estimativas internacionais apontam que entre 15% e 20% da população mundial é neurodivergente. Para esse público, o aprendizado depende de abordagens multissensoriais e de estratégias pedagógicas que integrem o corpo, a mente e as emoções. “A inclusão real acontece quando o professor entende como cada aluno aprende e propõe experiências que envolvem movimento, percepção e afeto”, afirma Mara.

A especialista aponta que, ao combinar neuroeducação e psicomotricidade, o educador amplia a capacidade de atenção, estimula a autorregulação e reforça a socialização das crianças. “Crianças com TDAH, dislexia ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem se beneficiar enormemente de práticas que envolvam ritmo, coordenação e percepção corporal. A aprendizagem não se limita ao quadro e ao caderno ela acontece em movimento”, avalia.

Cinco práticas para unir corpo e mente na aprendizagem

  1. Circuitos motores alfabetizadores: montar trajetos com letras e palavras no chão para que a criança percorra e associe movimento à leitura.
  2. Brincadeiras rítmicas: jogos com palmas, músicas e rimas que desenvolvem atenção e memória auditiva.
  3. Atividades de lateralidade: exercícios com fitas ou bolas para fortalecer a coordenação e o reconhecimento do próprio corpo.
  4. Desenho e escrita no ar: prática que ajuda na coordenação visomotora e na fixação de letras e traçados.
  5. Momentos de relaxamento corporal: pausas guiadas para respiração e alongamento, essenciais para o foco e o equilíbrio emocional.

A Rhema Neuroeducação, fundada em 2009 e presente em mais de 20 países, é referência em formação docente, cursos de pós-graduação e capacitações em neuroeducação. A instituição já impactou mais de 35 milhões de pessoas com seus conteúdos autorais e práticas inclusivas, consolidando-se como uma das principais vozes na transformação da educação e da neuroeducação no Brasil.

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