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MS se junta a movimento nacional por marco que vai reforçar fiscalização no novo sistema tributário

Abertura do 20º Conafisco, maior congresso do fisco do país. Realizado pela Fenafisco, que representa 21 mil servidores do setor dos estados e do Distrito Federal Foto: Divulgação

Redação Plenax – Flavia Andrade

Mato Grosso do Sul passou a integrar a articulação nacional pela criação de um marco legislativo unificado para as administrações tributárias. A Fenafisco homologou, nesta quarta-feira (26), durante o Conafisco, em Natal (RN), a proposta de minuta da Lei Orgânica das Administrações Tributárias (LOAT) — texto que pretende definir regras gerais de estrutura, competências e deveres dos fiscos da União, estados, DF e municípios. O Estado está representado por delegação do Sindifiscal/MS, liderada por Rodrigo Falco.

Base para o novo sistema com IBS e CBS

A LOAT não foi aprovada junto à Reforma Tributária (EC 132/2023), mas a própria emenda abriu espaço para que uma lei complementar estabeleça parâmetros para a atuação fiscal no novo modelo de arrecadação. O texto serve como referência nacional para a futura gestão compartilhada do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será administrado por um Comitê Gestor formado por estados e municípios.

Após a homologação, a minuta seguirá recebendo contribuições de entidades fiscais para posterior envio ao Executivo federal e ao Congresso.

MS sem lei própria e risco de defasagem

Atualmente, alguns estados possuem leis orgânicas específicas, mas o Brasil não tem um marco nacional unificado. No Mato Grosso do Sul, a ausência de uma LOAT preocupa o presidente do Sindifiscal/MS, Rodrigo Falco. Ele afirma que o Estado pode entrar em desvantagem no ambiente tributário pós-reforma.

“Ficamos sem o amparo legal necessário para modernizar práticas, garantir autonomia técnica da fiscalização e fortalecer as carreiras”, destaca Falco.

Ele reforça que a LOAT garantiria padrões comuns de atuação, valorização profissional, maior eficiência contra a sonegação e segurança jurídica ao servidor.

Appy defende cooperação entre fiscos

Painelista do Conafisco, o economista e ex-secretário da Reforma Tributária, Bernard Appy, reforçou que o novo sistema exige integração entre os fiscos das três esferas. Ele lembrou que IBS e CBS terão legislação única, demandando atuação sincronizada.

“Quando a administração tributária de um ente fiscaliza, ela também trabalha pelos demais”, afirmou.

Appy também destacou que entidades representativas, como a Fenafisco, têm papel central na articulação política e na sensibilização da sociedade para aprovar a LOAT no Congresso.

Segurança e combate à sonegação

Para o presidente da Fenafisco, Francelino Valença, a Lei Orgânica será determinante para a efetividade da reforma.

“A LOAT dá base técnica e proteção institucional para arrecadar com segurança, eficiência e combater a sonegação”, disse.

Valença afirma que uma administração tributária forte e blindada de ingerências políticas é condição indispensável para que os objetivos da reforma sejam alcançados.

Construção técnica

A minuta foi elaborada por especialistas e por servidores fiscais dos 24 sindicatos que integram a Fenafisco, levando em consideração experiências de outras carreiras e as particularidades do sistema tributário brasileiro.

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