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Motoristas desafiam ordem judicial e mantêm greve total; paralisação chega ao 3º dia em Campo Grande

Foto: Consórcio Guaicurus

Redação Plenax – Flavia Andrade

Mesmo diante de decisão da Justiça determinando a retomada parcial do transporte coletivo, os motoristas de ônibus de Campo Grande decidiram manter a paralisação total. A greve entra no terceiro dia nesta quarta-feira (17), após assembleia realizada em frente ao TRT-24 (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região), logo depois da audiência que elevou a multa ao sindicato para R$ 200 mil e fixou o retorno escalonado da frota a partir das 6h.

Com a continuidade do movimento, a Capital caminha para a maior paralisação do transporte público em 31 anos. A última greve de grande impacto ocorreu durante a gestão do então prefeito Juvêncio César da Fonseca e durou 72 horas.

Durante a assembleia, o presidente do sindicato dos motoristas, Demétrio Freitas, chegou a sugerir o retorno de 40% da frota como forma de cumprir parcialmente a decisão judicial. A proposta, no entanto, foi rejeitada pela categoria. Por maioria, os trabalhadores optaram por manter 100% da paralisação e não retornar às garagens.

Após a deliberação, Demétrio afirmou que a decisão foi coletiva e está diretamente ligada ao não pagamento de valores atrasados. “Todo trabalhador que participou da audiência optou por continuar a paralisação. Mesmo com a multa de R$ 200 mil aplicada ao sindicato e outras penalidades que podem vir, enquanto não receberem o que é devido, não vão voltar”, declarou.

Segundo o dirigente, a falta de propostas apresentadas pelo Consórcio Guaicurus foi determinante para a manutenção da greve. “Nenhuma proposta foi colocada na mesa. Não é o que a gente quer, sabemos do impacto para a população, mas o trabalhador também precisa receber. Quem trabalha precisa ser pago”, reforçou.

Questionado sobre como o sindicato pretende lidar com a multa judicial, Demétrio disse que o assunto ainda será debatido internamente. “Vamos discutir de que maneira isso será tratado. Assim como a Justiça tem autonomia para aplicar a multa, nós vamos buscar os meios legais para tratar dessa questão”, afirmou.

Pelo Consórcio Guaicurus, o presidente Themis Oliveira afirmou que as negociações seguem em andamento com o poder público, mas destacou que a decisão de manter a paralisação é exclusiva dos trabalhadores. “É uma decisão deles. Não posso intervir”, disse.

Themis confirmou que ainda há valores pendentes a serem pagos aos motoristas. De acordo com ele, restam mais de R$ 1,3 milhão referentes a 50% do salário de novembro. “Vamos continuar conversando com a prefeitura para receber o que temos a receber e seguir negociando. A intenção do consórcio é resolver o problema e encontrar uma solução”, concluiu.

Enquanto não há acordo, a população segue sem transporte coletivo e a crise no sistema de ônibus da Capital se aprofunda.

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