Redação Plenax – Flavia Andrade
O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano está promovendo, ao longo de novembro, uma série de ações dedicadas ao Mês da Consciência Negra, com foco na educação antirracista e no fortalecimento da identidade cultural de crianças e adolescentes atendidos pela instituição.
A principal iniciativa é a produção de um livro autoral, criado pelos próprios participantes. As crianças e adolescentes desenvolvem personagens negros e cenários por meio de desenhos, colagens e elementos gráficos. A capa será inspirada em grafismos africanos e indígenas, destacando a estética e a ancestralidade dessas culturas.
Depois da produção visual, os jovens narram oralmente a história construída coletivamente, resgatando a tradição da oralidade, estimulando a criatividade e reforçando vínculos identitários.
Outra ação importante é o estudo da cartilha “Educação Antirracista: História, conceitos e reflexões para enfrentar o racismo na escola”, elaborada de forma coletiva com conteúdo formativo, reflexões e práticas pedagógicas. O material será utilizado em sala de aula e compartilhado com a comunidade educativa, em parceria com o Núcleo de Estudos de Inovação Social da Fronteira (NEISF) e o Observatório de Inovação Social da Fronteira (OBISFRON). A proposta incentiva discussões sobre igualdade racial, valorização das heranças afro-brasileiras e enfrentamento ao racismo.
A programação inclui ainda leitura de obras de autores negros, exibição de filmes e séries, além de rodas de conversa sobre racismo estrutural, formação da sociedade brasileira e caminhos para superação das desigualdades.
As ações reforçam o compromisso do Moinho Cultural com uma educação plural e antirracista, que valoriza infâncias negras e indígenas e promove espaços de acolhimento e construção coletiva de conhecimento.
Karina Caetano, professora do Núcleo de Cultura e Letramento, destaca que o trabalho acontece durante todo o ano, mas ganha força em novembro.
“Embora o mês da Consciência Negra seja simbólico, sabemos que a construção de identidade e respeito às diferenças é diária. A consciência negra não é tema de um mês — é prática permanente. É por meio dela que tecemos um futuro mais solidário e inclusivo”, afirma.
