Redação Plenax – Flavia Andrade
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a principal diretriz da diplomacia brasileira em 2026 será levar ao cenário internacional a defesa do multilateralismo e do fortalecimento das instituições globais. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, nesta quinta-feira (18), com participação de profissionais de rádios e portais de diversas regiões do país.
Ao fazer um balanço das ações do Itamaraty em 2025, Vieira destacou o protagonismo do Brasil em agendas internacionais e o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ampliação da presença do país no mundo. Segundo o chanceler, Lula manteve encontros presenciais com chefes de Estado de cerca de 60 países apenas no atual mandato. “O presidente tem muito presente a necessidade de o Brasil estar em todos os tabuleiros”, afirmou.
Entre os resultados concretos dessa atuação, o ministro citou a abertura de 511 novos mercados internacionais entre 2023 e 2025, mais que o dobro do registrado no período de 2019 a 2022. O avanço é fruto de uma atuação conjunta do Itamaraty, do Ministério da Agricultura e da ApexBrasil.
Para 2026, Mauro Vieira reforçou que o Brasil seguirá dialogando com todos os países e defendendo regras claras no comércio internacional. “Nossa mensagem será levar a voz do Brasil na defesa do multilateralismo e das instituições multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio, fundamentais para garantir equilíbrio e previsibilidade”, projetou.
BRICS e agenda social
O ministro também destacou a presidência brasileira do BRICS em 2025, marcada pela cúpula realizada no Rio de Janeiro, que reuniu países-membros e parceiros. Segundo Vieira, além do fortalecimento das relações comerciais, houve avanços em pautas sociais, como a parceria inédita para a eliminação de doenças socialmente determinadas, lançada por iniciativa do Brasil.
Tarifas dos EUA e negociações
Outro ponto abordado foi a política tarifária dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Vieira afirmou que o governo brasileiro contestou a justificativa norte-americana de desequilíbrio comercial, lembrando que os EUA acumulam superávit de US$ 410 bilhões na balança com o Brasil nos últimos 15 anos. As negociações seguem para a retirada total das sobretaxas ainda vigentes.
Legado da COP30
Ao comentar a realização da COP30, em Belém (PA), o chanceler classificou o evento como um marco histórico. Além de projetar a Amazônia internacionalmente, a conferência deixou um legado de infraestrutura urbana e saneamento para a capital paraense. Vieira também destacou o lançamento do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), considerado um modelo inovador de financiamento climático baseado em investimentos, e não apenas doações.
Tensões regionais
Por fim, o ministro comentou as tensões envolvendo Estados Unidos e Venezuela, ressaltando que o Brasil acompanha a situação com preocupação e defende o diálogo. “A América do Sul é uma região de paz e cooperação, e o Brasil estará sempre pronto a facilitar entendimentos”, concluiu.

