Da Redação
Quando se fala em energia e foco, café e matchá estão entre as bebidas mais consumidas e debatidas no mundo. O café, hábito enraizado no cotidiano brasileiro, é reconhecido pelo estímulo rápido que oferece. Já o matchá, tradicional no Japão e cada vez mais presente em ambientes urbanos e menus contemporâneos, propõe uma energia mais estável e benefícios que vão além da cafeína.
Produzido a partir da moagem integral das folhas jovens do chá-verde Camellia Sinensis, o matchá é cultivado sob sombra por cerca de 20 dias antes da colheita, o que eleva seus níveis de clorofila, L-teanina e catequinas – especialmente a EGCG (epigalocatequina galato), um antioxidante com propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e metabólicas.
“O matchá é um dos alimentos mais ricos em antioxidantes que temos hoje, e sua ação é muito diferente da do café”, afirma a nutricionista e parceira da Talchá Daniela Cyrulin. “Ele oferece cafeína, sim, mas combinada com L-teanina, um aminoácido encontrado em poucas espécies vegetais, que atua diretamente no sistema nervoso central. Isso favorece um estado de foco com tranquilidade, sem os efeitos colaterais que muitas pessoas costumam sentir após consumir café.”
Enquanto uma xícara de café pode conter de 90 a 100 mg de cafeína, o matchá apresenta entre 30 e 70 mg, mas sua absorção é mais gradual. Isso ocorre porque a L-teanina modula a liberação da cafeína, estimulando as ondas cerebrais alfa, relacionadas ao estado de atenção relaxada. “O café tende a gerar um pico rápido, seguido por queda de energia, além de sintomas como irritabilidade, insônia ou tremores em pessoas sensíveis. O matchá, por outro lado, oferece energia sustentada e estabilidade cognitiva”, explica Cyrulin.
Outro diferencial está no efeito antioxidante. O matchá pode conter até 137 vezes mais antioxidantes do que o chá-verde tradicional, com impacto positivo sobre o sistema imunológico, a saúde da pele, o metabolismo e a clareza mental. Por ser consumido em pó, e não apenas por infusão, ele entrega o perfil completo da planta.
O acesso ao matchá também evoluiu. Hoje, o mercado oferece diferentes graus de pureza e refinamento, que influenciam tanto o sabor quanto o uso ideal da bebida. Algumas versões mais delicadas são recomendadas para preparo direto, enquanto outras, com perfil mais intenso, podem ser usadas em receitas culinárias. A classificação varia conforme o controle de colheita, moagem e frescor. “No Brasil, algumas marcas já disponibilizam opções de qualidade cerimonial importadas diretamente do Japão, como o Matcha Superior e o Matcha Imperial da Talchá, que se diferenciam pelo perfil sensorial e pelo rigor no processo de produção”, observa Cyrulin. “A produção é artesanal e leva cerca de um dia para resultar em uma única lata de 30g, o que garante uma qualidade excepcional. Isso faz diferença na experiência e no aproveitamento dos compostos funcionais”.
O matchá tem sido incorporado em diferentes formatos, que vão além da versão tradicional em pó. Lattes com leite vegetal, mocktails funcionais e preparos gastronômicos aparecem com frequência em cardápios de cafeterias e casas de chá. As receitas variam conforme a densidade do pó, a temperatura de preparo e a proposta sensorial desejada, explorando o chá como ingrediente versátil.
A escolha entre café e matchá varia conforme a tolerância individual à cafeína, o contexto de consumo e os efeitos desejados em termos de estímulo e concentração. O café, com absorção rápida e maior teor de cafeína por dose, costuma ser preferido por quem busca resposta imediata. O matchá, com liberação gradual e perfil antioxidante mais elevado, aparece em contextos onde a energia sustentada e o foco prolongado são priorizados.