Redação Plenax – Flavia Andrade
A mastite segue como a doença de maior impacto econômico na pecuária leiteira brasileira, provocando perdas significativas na produção, na qualidade do leite e elevando os custos com tratamento. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com 21 vacas acometidas pela enfermidade aponta que os prejuízos diretos somaram R$ 25.535,21, o que representa uma média superior a R$ 1.200 por animal.
As perdas incluem leite descartado, redução da produtividade, gastos com medicamentos e, em casos mais graves, o descarte de vacas com mastite crônica. Segundo especialistas, além do impacto financeiro imediato, a doença compromete a sustentabilidade do sistema produtivo.
“A mastite é uma inflamação da glândula mamária, geralmente causada por infecções bacterianas, mas fatores ambientais e falhas no manejo também contribuem. As práticas de ordenha têm papel decisivo tanto na prevenção quanto na ocorrência da doença”, explica Renato Coser, gerente comercial de grandes animais da Syntec.
De acordo com o especialista, técnicas inadequadas de ordenha — como manuseio brusco, pressão excessiva e falhas na higiene dos tetos e dos equipamentos — podem provocar microlesões nos canais mamários, facilitando a entrada de patógenos. A ordenha de animais doentes sem cuidados específicos também favorece a disseminação de bactérias no rebanho, aumentando os casos de mastite contagiosa.
A adoção de boas práticas de manejo se mostra eficaz na prevenção da enfermidade. Entre as principais medidas estão a higienização correta dos tetos antes e após a ordenha, o uso de luvas descartáveis ou devidamente higienizadas, a manutenção dos equipamentos, a realização da ordenha em ambientes limpos e secos e a redução de estresse e desconforto dos animais. Outra recomendação é priorizar a ordenha de vacas saudáveis, deixando aquelas com histórico de mastite para o final ou realizando a ordenha de forma segregada.
Estudos reforçam os benefícios dessas práticas. Uma pesquisa da Embrapa Gado de Leite, realizada em 91 propriedades no Sudeste do Pará, mostrou que a adoção sistemática de manejo adequado — incluindo limpeza das linhas de ordenha, lavagem dos tetos e testes de detecção da doença — reduziu a contagem de células somáticas (CCS) no leite, indicador direto da menor incidência de mastite.
Outro levantamento, conduzido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 49 propriedades de Ivaiporã, no Paraná, apontou queda de 88,05% na contagem bacteriana total após a implementação de boas práticas de higiene. O estudo também mostrou que 83,57% das fazendas passaram a produzir leite dentro dos padrões normativos de CCS.
“Investir em higiene, treinamento das equipes e uma ordenha cuidadosa protege a saúde das vacas, melhora a qualidade do leite e garante maior produtividade e sustentabilidade econômica. Esse cuidado faz diferença tanto para o bem-estar animal quanto para a rentabilidade do produtor”, reforça Coser.
Para o tratamento da mastite, o mercado dispõe de soluções específicas. A Syntec oferece o Gentomicin Mastite, antibiótico intramamário à base de sulfato de gentamicina, indicado para casos agudos e crônicos em vacas em lactação de baixa e média produção. O produto é eficaz contra os principais agentes causadores da doença, como Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus uberis, Escherichia coli e Enterococcus spp.

