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Marina Silva celebra avanços na COP30 e admite que progresso ainda é limitado

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Redação Plenax – Flavia Andrade

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou neste sábado (22) os resultados obtidos na COP30, em Belém, e reconheceu que, embora importantes, os avanços ainda são modestos diante da urgência climática. A fala ocorreu durante a plenária de encerramento da conferência, onde Marina foi ovacionada de pé por cerca de dois minutos.

Em um discurso emocionado, a ministra fez um resgate simbólico até a Rio 92 — marco histórico da agenda ambiental global — e pediu que os presentes retomassem “versões de si mesmos” daquele período, reforçando o compromisso coletivo no enfrentamento da crise climática.
“Mesmo que não tenhamos ido tão longe quanto imaginávamos, ainda estamos aqui. Que sigamos persistindo na jornada necessária para superar nossas diferenças e contradições”, afirmou.

A presidência brasileira da COP30 fechou um acordo climático que amplia o financiamento destinado a países pobres afetados pelo aquecimento global. No entanto, o documento não inclui menção aos combustíveis fósseis — tema central do debate climático.
“Apesar de não termos alcançado consenso para esse chamado fundamental, o apoio recebido de diversas partes da sociedade fortalece nosso compromisso”, disse Marina.

Entre os avanços desta edição, a ministra destacou o reconhecimento ampliado do papel de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes na agenda climática, reforçando que a transição justa “ganhou corpo e voz” com a participação desses segmentos.

Ela também ressaltou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), mecanismo apresentado pelo Brasil para valorizar países e comunidades que preservam as florestas tropicais. Outro ponto considerado decisivo foi o texto do Mutirão Global, que abre caminho para maior investimento em adaptação climática, incluindo a promessa de países desenvolvidos triplicarem o financiamento até 2035.

Segundo Marina, 122 países já apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com metas de redução de emissões até 2035 — um passo que considera essencial para fortalecer o multilateralismo climático.

Antes de encerrar sua participação, a ministra agradeceu a presença das delegações internacionais em Belém.
“Muito obrigada por visitarem a nossa casa, o coração do planeta. Talvez não tenhamos recebido como vocês merecem, mas o fizemos com o gesto de amor que dedicamos à humanidade e ao equilíbrio do planeta”, concluiu.

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