Redação Plenax – Flavia Andrade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, neste domingo (23), um balanço de sua participação na Cúpula do G20, realizada em Joanesburgo, na África do Sul. Durante a conversa com jornalistas, Lula destacou que os resultados do encontro — somados ao desfecho da COP30, encerrada no sábado (22), em Belém (PA) — mostram a “vitalidade do multilateralismo” em um cenário global marcado por tensões geopolíticas e disputas econômicas.
Segundo o presidente, o texto final aprovado por consenso na COP30 e a adesão de 122 países às novas metas climáticas reforçam a disposição internacional para enfrentar as mudanças climáticas. Ele também confirmou a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia para o dia 20 de dezembro, classificando a parceria como “possivelmente o maior acordo comercial do mundo”.
G20, COP e BRICS: três grandes testes em 15 meses
Lula ressaltou que o Brasil enfrentou, nos últimos 15 meses, o desafio de organizar três grandes eventos internacionais: o G20 no Rio de Janeiro, a Cúpula do BRICS e a COP30 em Belém. Para ele, todos foram “extraordinários” e consolidam o país como protagonista no debate global.
COP30: “Belém provou estar pronta”
O presidente celebrou o êxito da COP30 e a recepção positiva à capital paraense. Lula disse que o encontro derrubou o ceticismo sobre a capacidade da cidade de receber um evento desse porte e destacou o papel do “Mapa do Caminho” para a transição pós-combustíveis fósseis. Ele defendeu que o Brasil já avança na transição energética com o uso de biocombustíveis e apontou potencial para que países africanos se tornem produtores estratégicos para o mercado global.
EUA ausentes no G20 e tensões no Caribe
Sobre a falta do presidente dos Estados Unidos no G20, Lula minimizou a ausência, lembrando que outros líderes já deixaram de comparecer em edições anteriores. Ele reforçou que o bloco mantém relevância mesmo com baixas pontuais.
O presidente também demonstrou preocupação com o aumento da presença militar norte-americana no Caribe, que considera uma ameaça à estabilidade da América do Sul. Disse que pretende tratar do assunto diretamente com Donald Trump, destacando que o continente deve preservar sua condição de “zona de paz”.
Acordo Mercosul–União Europeia entra na reta final
Ao confirmar a assinatura do acordo para o dia 20 de dezembro, Lula afirmou que o pacto envolverá um mercado de 722 milhões de pessoas e um PIB combinado de US$ 22 trilhões. Ele reconheceu, porém, que a implementação das medidas exigirá um longo processo de adaptação após a assinatura.
