Redação Plenax – Flavia Andrade
O Dia Internacional pelo Fim da Violência contra a Mulher foi comemorado nesta terça-feira (25), a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 celebra 20 anos de atuação no enfrentamento à violência de gênero. Criado como serviço de orientação e acolhimento, o Ligue 180 passou a incluir, em 2014, um canal direto de denúncia, com encaminhamento às autoridades competentes e acompanhamento pelo governo federal.
Entre janeiro e outubro de 2025, o serviço realizou 877.197 atendimentos, média de 2.895 por dia. Do total, 719.968 foram por telefone, 26.378 pelo WhatsApp, 130.827 por e-mail e 24 via videochamada em Libras. Foram registradas 126.455 denúncias de violência, sendo 66% feitas pela própria vítima, 21% de forma anônima e 13% por terceiros.
Em 2024, o serviço registrou aumento de 21,6% nos atendimentos em relação a 2023, consolidando a confiança das mulheres no Ligue 180. O WhatsApp, lançado em abril de 2023, também apresentou crescimento: de 6.689 atendimentos em 2023 para 14.572 em 2024, avanço de 63,4%.
“Aprimoramos a capacitação das equipes, fortalecendo a escuta qualificada para que as mulheres possam denunciar em um ambiente seguro e acolhedor. É um instrumento fundamental para romper o ciclo de violência”, afirmou a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, durante visita à sede da Central nesta terça-feira. Ela destacou a dedicação das 350 profissionais que atuam 24 horas por dia, sete dias por semana, recebendo relatos difíceis e oferecendo suporte às vítimas.
O serviço gratuito funciona em quatro idiomas – português, inglês, espanhol e Libras – e permite registrar denúncias, obter informações sobre leis e direitos, e localizar serviços especializados, como Casas da Mulher Brasileira, delegacias e Centros de Referência.

Segundo Estela Bezerra, secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, o Ligue 180 é a principal ferramenta do país para retirar mulheres do isolamento em situações de violência. “Pelo 180 conseguimos identificar perfis de vítimas e agressores e acionar a rede local de apoio. É a maior base de dados concreta para orientar políticas públicas”, afirma.
Desde 2023, o Ministério das Mulheres investe em reestruturação do serviço, incluindo nova sede, ampliação de canais de atendimento e capacitação das equipes com foco em raça, gênero e território. Atualmente, a equipe conta com 346 profissionais, entre atendentes, analistas e psicólogas, com suporte psicológico contínuo para lidar com os desafios do trabalho.
Além disso, foi lançado o Painel Rede de Atendimento às Mulheres, com informações sobre mais de 2.600 serviços especializados, e o Painel de Dados, em 2025, ampliando a transparência e possibilitando análise detalhada de perfis de denúncias e vítimas.
As denúncias são encaminhadas para órgãos de investigação estaduais e do Distrito Federal, incluindo Polícia Civil e Ministério Público, com acompanhamento do Ministério das Mulheres em parceria com governos locais. Até o momento, 14 estados, o Distrito Federal e o CNMP já aderiram a acordos de cooperação técnica que agilizam o fluxo de encaminhamento e fortalecem a rede de proteção às mulheres.

