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Jovem ativista mineira de 13 anos é convidada para representar o Brasil na COP-30, em Belém

Júlia Bonitese, Rodrigo Ravena (Secretário do Meio Ambiente da cidade de São Paulo), Katrin Stjernfeldt Jammeh (prefeita de Malmö, na Suécia) e Gino Van Begin (Secretário-Geral do ICLEI). - Foto: Divulgação

Da Redação

Júlia Bonitese será uma das vozes da juventude na conferência mundial do clima

A estudante mineira Júlia Bonitese, de apenas 13 anos, foi convidada oficialmente a participar da COP-30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA). Júlia participará do painel “Diálogo Intergeracional de Alto Nível sobre Crianças e Clima”, dia 17 de novembro, dentro da Zona Azul, área reservada a embaixadores, autoridades e líderes globais — o que faz de sua presença um marco histórico para a representatividade infantojuvenil brasileira no debate climático internacional.

Fundadora do projeto Pequenos Protetores do Planeta (@projeto.ppp), Júlia atua desde os 8 anos como ativista ambiental e defensora dos direitos de crianças e adolescentes na agenda climática. É Embaixadora da Justiça Climática pela Plant-for-the-Planet Brasil, consultora da organização internacional Child Rights Connect, ligada à ONU, e membro da Rede Primeira Infância de Minas Gerais.

Em seu projeto, ela promove ações presenciais de educação ambiental, como palestras, plantios e campanhas, além de conduzir o programa “Papo Natural”, em que entrevista especialistas no YouTube sobre temas como preservação, sustentabilidade e participação cidadã. Júlia também é presença constante em fóruns e câmaras legislativas, defendendo o direito de voz das crianças. Dentre essas participações, atuou na elaboração e apresentação da “Declaração das Juventudes de Belo Horizonte pelo Clima” na Câmara Municipal, junto à LCOY, e compôs a mesa de debates no evento nacional “Crianças e Jovens Rumo à COP-30”, em Brasília.

Reconhecida como uma das principais vozes da juventude ambiental no país, Júlia já recebeu dois prêmios nacionais e um internacional: foi a primeira criança agraciada com o Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade, o mais importante do Brasil na área, e recebeu o título de Embaixadora Regional da América Latina e Caribe pela Plant-for-the-Planet Global. Em 2024, representou o Brasil no ICLEI World Congress, onde encerrou o evento diante de centenas de líderes políticos mundiais.
Na COP-30, Júlia apresentará uma fala voltada à educação ambiental, à redução das desigualdades e à responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e cidadãos. Sua mensagem principal destaca o protagonismo das crianças e jovens como agentes de mudança, não apenas vítimas da crise climática.

“Meu sonho é que as decisões sobre o clima também considerem a voz das crianças. Somos nós que viveremos as consequências do que está sendo decidido agora”, diz Júlia.

A escola tem papel central na rotina e na visão de mundo de Júlia que, além de se dedicar prioritariamente aos estudos, vê na educação ambiental parte essencial da formação de crianças e adolescentes. Para ela, é por meio da escola que o conhecimento se transforma em consciência e ação. Ao conciliar os estudos com projetos e eventos socioambientais, demonstra que aprender e agir podem caminhar juntos, sem abrir mão das experiências próprias da infância.
Mesmo reconhecida por sua atuação em projetos e eventos de relevância global, Júlia diz que o projeto deve ser de muitos, e ressalta que gostaria muito de expandi-lo a mais crianças e jovens e a mais territórios pois, para ela, ampliar o acesso ao conhecimento é o caminho para transformar o mundo. “É preciso conhecer para desejar proteger — esse é o lema do meu projeto. E por isso eu desejo chegar a mais e mais crianças e jovens a cada dia, para que eles tenham a chance de conhecer os problemas climáticos e se identificarem como solução. Juntos somos força!”, afirma.

Com atividades desenvolvidas de forma independente e sem apoio corporativo, Júlia sente por não conseguir expandir suas ações presenciais e também o programa Papo Natural. “Tudo tem um custo e nem sempre dá pra fazer tudo o que eu planejo. O Papo Natural está parado por causa dos gastos com estúdio e edição, mas o projeto tem muito potencial. Nele eu dou voz a outras crianças e levo conhecimento sem fronteiras. É só entrar no YouTube”, explica.

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