Redação Plenax – Flavia Andrade
A AGCO, multinacional referência no setor de máquinas agrícolas e em soluções de agricultura de precisão, ampliou o uso de inteligência artificial (IA) em sua linha de produção e já colhe resultados expressivos. A tecnologia, desenvolvida pela própria equipe de Engenharia de Manufatura da empresa, reduziu em 90% o tempo de análise de alterações de engenharia de produto.
A ferramenta utiliza IA para gerenciar o processo de introdução de mudanças técnicas na fábrica — desde itens simples, como parafusos e porcas, até conjuntos completos, incluindo faróis, capôs e motores. Com base em dados como local de montagem, postos de utilização e armazenagem, o sistema identifica automaticamente quais áreas precisam ser notificadas sobre as alterações.
“Antes da automação, esse trabalho era feito manualmente por dois engenheiros e consumia um dia inteiro. Agora, leva cerca de duas horas, com classificação automática das ordens e envio direto para os times responsáveis”, explica Giuliano Scapin, supervisor de manufatura da AGCO.
Inteligência artificial como suporte técnico e melhoria contínua
Além da automação do fluxo de alterações, a equipe de Engenharia de Manufatura trabalha em uma segunda ferramenta voltada para organização e leitura de dados das máquinas agrícolas nas primeiras 50 horas de uso. O sistema utiliza IA para estruturar informações internas e formar um banco de dados inteligente sobre o desempenho dos equipamentos.
O objetivo é identificar rapidamente os pontos já solucionados, os que exigem ajustes e os que carecem de avanços técnicos. A plataforma reúne dados históricos de diferentes modelos e componentes, facilitando a busca por soluções e agilizando o processo de tomada de decisão em campo.
“A ideia é criar uma base consultável, que funcione como um assistente virtual técnico, permitindo que técnicos, concessionários e analistas encontrem, de forma rápida, o caminho correto diante de qualquer situação”, explica Scapin.
Eficiência, sustentabilidade e menos desperdício
Para a AGCO, a ampliação do uso da IA representa não apenas ganho operacional, mas também um avanço em sustentabilidade. “A expectativa é que a automação acelere decisões técnicas, reduza retrabalho e desperdícios e aumente a eficiência ao longo de toda a cadeia produtiva”, afirma Paulo Vilela, diretor de engenharia da empresa.

