Redação Plenax – Flavia Andrade
O Governo de Mato Grosso do Sul deu um passo decisivo na implantação da chamada Nova Arquitetura da Saúde com o início das atividades da Unidade I do Hospital Regional de Dourados (HRD) Olga Castoldi Parizotto, nesta sexta-feira (20). A entrega consolida um novo modelo assistencial baseado na regionalização, reorganização dos fluxos e fortalecimento do atendimento de média e alta complexidade mais perto da população.
A ativação do hospital integra um planejamento iniciado em outubro, com a inauguração da Policlínica Cone Sul, criada para funcionar como porta de entrada da rede especializada, concentrando diagnósticos e consultas. O modelo reduz deslocamentos, amplia o acesso e aumenta a resolutividade dos atendimentos na macrorregião sul do Estado.
Durante a solenidade de início das operações, o governador Eduardo Riedel destacou que o Hospital Regional representa um marco para Dourados e para todo o sul de Mato Grosso do Sul. “Estamos implantando uma nova arquitetura da saúde baseada em critérios técnicos, científicos e na capacidade instalada de cada região. É uma estratégia pensada com base em dados, que reorganiza a regulação e unifica os serviços”, afirmou.
O hospital inicia as atividades com 100 leitos, com previsão de expansão para mais 92 leitos até abril ou maio de 2026. Segundo o governador, a Nova Arquitetura da Saúde redefine papéis: municípios de médio porte concentram a média complexidade, enquanto cidades-polo, como Dourados, passam a assumir a alta complexidade. A reorganização fortalece a regionalização e reduz a pressão histórica sobre os hospitais de Campo Grande.





Ao abordar as prioridades estratégicas para a região, Riedel citou três demandas centrais da população de Dourados: aeroporto, hospital e abastecimento de água para comunidades indígenas. “Esses três temas estão no foco do governo e vamos fazer acontecer aqui no Mato Grosso do Sul”, afirmou.
Os investimentos no complexo de saúde de Dourados refletem a dimensão do projeto. Apenas em equipamentos, o aporte soma R$ 39,29 milhões — R$ 26,39 milhões destinados ao Hospital Regional e R$ 12,89 milhões à Policlínica Cone Sul. Considerando obras e equipamentos, o investimento global chega a R$ 134,1 milhões, sendo R$ 89,53 milhões de recursos estaduais e R$ 44,56 milhões federais.
Para o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, o novo desenho da rede representa um salto de eficiência. “Essa organização redefine o caminho do paciente, garantindo atendimento no lugar certo e no momento certo. A regionalização reduz deslocamentos, melhora a resolutividade e fortalece todo o sistema”, avaliou.
O Hospital Regional de Dourados beneficiará diretamente 34 municípios da macrorregião Cone Sul, atendendo cerca de 900 mil pessoas, com fluxo regulado pela Central Estadual de Regulação. Antes mesmo da abertura oficial, a unidade já iniciou a assistência, com a realização da primeira cirurgia em 15 de dezembro.
A secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, destacou que o HRD simboliza a consolidação do novo modelo no sul do Estado. “O hospital nasce integrado à Policlínica Cone Sul e alinhado à lógica da regionalização, preparado para ofertar atendimento de média e alta complexidade com segurança, eficiência e tecnologia.”
Com equipamentos modernos, a Policlínica Cone Sul oferece exames como tomografia, ultrassonografia, mamografia, densitometria óssea, endoscopia, colonoscopia, raio X, exames laboratoriais e atendimentos multiprofissionais, evitando que pacientes precisem se deslocar para outros centros.









O prefeito de Dourados, Marçal Filho, ressaltou o impacto regional da entrega. “Essa obra foi consolidada como estratégica não só para Dourados, mas para toda a região sul, atendendo 34 municípios e quase um milhão de pessoas”, afirmou.
Localizado às margens da BR-463, o Hospital Regional inicia a operação com 59 leitos de internação, 20 leitos de UTI (10 adultos e 10 pediátricos) e 21 leitos de cuidados imediatos, além de quatro salas cirúrgicas. A unidade está preparada para procedimentos de média e alta complexidade em áreas como cirurgia geral, ortopedia, aparelho digestivo, ginecologia, urologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular e plástica.
Representando o Ministério da Saúde, o secretário de Atenção Especializada, Mozart Sales, destacou que o hospital integra o programa Agora Tem Especialista, que amplia o financiamento da atenção especializada no SUS. Segundo ele, o governo federal já investiu cerca de R$ 40 milhões na unidade. “É um modelo que garante estabilidade de recursos e amplia o acesso da população a serviços de alta qualidade. Nada defende mais a vida do que o SUS”, afirmou.
A expansão do hospital seguirá de forma gradual até 2026, quando a unidade deverá operar com 192 leitos, incluindo a ativação da hemodinâmica e de uma quinta sala cirúrgica. O HRD inicia suas atividades com processos totalmente digitalizados, como prontuário eletrônico, gestão de leitos e integração com a regulação estadual, servindo de referência para futuras unidades da Nova Arquitetura da Saúde.
O hospital leva o nome de Olga Castoldi Parizotto em homenagem à sua trajetória de contribuição social e desenvolvimento regional. O terreno onde a unidade foi construída foi doado por seus filhos, reforçando o legado de compromisso com a população de Dourados e do sul do Estado.

