Da Redação
Oscilações climáticas e custos agrícolas seguem pressionando itens do campo, mas maior estabilidade na oferta de laticínios e carnes traz sinais de alívio ao consumidor
Os brasileiros que utilizam óleo de soja na cozinha sentiram um leve aumento no preço do produto em setembro. Segundo o estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, o valor médio do item subiu de R$ 8,75 em agosto para R$ 9,28 em setembro, o que representa uma alta de 6%. Entre os principais fatores dessa elevação estão os custos de produção mais elevados e as condições climáticas adversas.
O levantamento, realizado pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo, mostra que outras categorias ligadas ao setor agrícola também foram impactadas. No caso da soja, além da firme demanda pelo grão brasileiro, o avanço do plantio da safra 2025/26 no Paraná contrasta com o ritmo mais lento das atividades no Centro-Oeste e no Sudeste, que foram afetadas pela falta de chuvas.
De forma similar, o café, em pó ou em grãos, registrou aumento de 4,4% em setembro, com o preço médio saltando de R$ 73,75 para R$ 76,98 no período. Já legumes e cerveja tiveram altas de 4,2% e 3,9%, respectivamente.
“A expectativa para os próximos meses é de uma desaceleração mais consistente nos preços de alimentos e bebidas, impulsionada pela recomposição de estoques e uma tendência de estabilização climática”, analisa Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid. “No entanto, o café deve seguir sem trégua, já que o setor deve continuar sentindo os efeitos da quebra de safra e da volatilidade internacional – aspectos que mantêm os preços pressionados no curto prazo.”
Por outro lado, algumas categorias apresentaram queda nos preços médios. Entre os destaques estão os queijos, com redução de 2,6% (de R$ 52,47 para R$ 51,13), e as carnes suínas, que caíram 1,6%. Produtos básicos como leite UHT, leite em pó e pão também mostraram leve recuo – todos abaixo de 1%.
Maiores altas acumuladas em 2025
Considerando o acumulado de dezembro de 2024 a setembro de 2025, o café mantém a liderança entre os produtos que mais encareceram, com alta de 43,7%. Tanto as versões em pó quanto em grãos registraram avanço no preço médio, que passou de R$ 53,58 para R$ 76,98 no período. Na sequência do ranking, aparecem margarina (9,4%), creme dental (9,3%), refrigerantes (4,5%) e cerveja (3,1%).
Variações de preços em setembro no Centro-Oeste
Na região Centro-Oeste, as categorias que apresentaram maior elevação de preço foram carne de frango (15,7%), óleo de soja (6,7%), café em pó e em grãos (6,4%), desinfetante (5,9%) e massas alimentícias (5,8%). Em contrapartida, os principais recuos foram observados em carne suína (-5,5%), queijos (-3,8%), papel higiênico (-3%), farinha de mandioca (-2,4%) e legumes (-2,2%).
