Da Redação
Mesmo com preços elevados e incertezas globais, o consumo segue aquecido, impulsionado por uma agricultura dinâmica e pela busca de segurança no abastecimento para as próximas safras
O mercado brasileiro de fertilizantes segue em ritmo aquecido em 2025, segundo relatório da StoneX, empresa global de serviços financeiros. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), entre janeiro e agosto deste ano foram entregues 30,5 milhões de toneladas de fertilizantes no país — um volume 9% superior ao registrado no mesmo período de 2024. O mês de agosto marcou o pico de entregas do ano, com 5,2 milhões de toneladas, reforçando o vigor da demanda nacional.
As importações também refletem o cenário de forte consumo. Entre janeiro e outubro de 2025, o Brasil importou cerca de 37,8 milhões de toneladas das principais matérias-primas do complexo NPK[1], um avanço de 4,6% frente ao mesmo período do ano anterior.
Conforme explica o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, o comportamento do mercado mostra que, mesmo com custos elevados e um ambiente global incerto, o Brasil segue com forte apetite por fertilizantes, sustentado por uma agricultura dinâmica e pela necessidade de garantir o abastecimento para as próximas safras.
A StoneX observa ainda uma mudança estratégica na composição das compras. “Em 2025, importadores têm optado por fertilizantes menos concentrados, como sulfato de amônio (SAM) e superfosfato simples (SSP), em detrimento de produtos mais concentrados, como ureia e MAP. Essa tendência contribui para o aumento dos volumes totais movimentados, já que os produtos menos concentrados exigem maior quantidade para atender à mesma demanda nutricional”, diz Pernías.
Diante deste contexto, com a manutenção dos altos níveis de importações e entregas, a consultoria avalia que o Brasil pode atingir novos recordes de consumo de fertilizantes em 2025.
[1] Ureia, SAM, NAM, MAP, DAP, SSP, TSP, KCl, amônia e enxofre.
