Da Redação
Médico infectologista Eduardo Toffoli Pandini destaca em livro o impacto das epidemias na sociedade e o que podemos aprender com o passado
Em tempos de desinformação e desconfiança na ciência, compreender como a humanidade enfrentou as enfermidades ao longo dos milênios se mostra mais importante do que nunca. Com o propósito de tornar essa trajetória de descobertas acessível e instigante, o médico infectologista Eduardo Toffoli Pandini lança De miasmas a vacinas – Uma história das doenças infecciosas.
A obra, que inaugura uma trilogia, investiga a evolução do pensamento científico desde a Teoria do Miasma, que atribuía as infecções a “ares impuros” e emanações fétidas do ambiente, até a Teoria Microbiana, que identificou micro-organismos específicos, como bactérias e vírus, como os verdadeiros agentes causadores das epidemias.
Formado em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e especializado em Infectologia pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o autor combina rigor científico e narrativa envolvente para mostrar como os grandes surtos e epidemias moldaram civilizações, influenciando a economia, a cultura, a religião e até a genética humana.
Nas primeiras páginas, Pandini aborda a origem da vida e a evolução dos micro-organismos, explicando como a convivência entre humanos e patógenos impulsionou o desenvolvimento do sistema imunológico. Ao longo dos capítulos, revisita marcos históricos como a Revolução Neolítica, as Grandes Navegações e pandemias devastadoras, incluindo a Peste Negra. Também analisa as doenças levadas pelos europeus às Américas, além de enfermidades como sífilis e tifo.
O livro explora ainda episódios socioculturais, como a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, mostrando que a resistência à ciência resulta de fatores políticos, sociais e culturais complexos e não apenas de ignorância. Mais do que revisitar o passado, a obra convida à reflexão sobre a importância do diálogo, da confiança e da valorização da ciência como pilares da saúde pública.
Entre as lições apresentadas, Pandini destaca que compreender a trajetória das infecções humanas é essencial para enfrentar crises sanitárias com consciência e empatia. O infectologista demonstra que as epidemias atuaram como forças transformadoras da história, muitas vezes tão determinantes quanto guerras, e que a ciência só cumpre plenamente seu papel quando se alia ao diálogo e ao compromisso social.
Este primeiro volume cobre eventos até o final do século XVIII. O segundo abordará o período do século XIX ao fim do século XX, com a descoberta dos micro-organismos, o desenvolvimento das vacinas e dos antibióticos, e as grandes epidemias, como a gripe espanhola, o HIV e a hepatite. O encerramento da trilogia, escrito durante a pandemia de 2020, se concentrará no século XXI, discutindo a resistência a vacinas e antibióticos, as doenças emergentes e a Covid-19.
De Miasmas a Vacinas é leitura essencial para médicos, historiadores, pesquisadores, cientistas, estudantes e todos que buscam compreender como as lutas do passado contra as infecções moldaram o mundo moderno. Ao resgatar a trajetória da humanidade diante das epidemias, Eduardo Pandini destaca o conhecimento científico como chave para proteger o futuro da humanidade e evitar retrocessos.
Ficha técnica
Título: De Miasmas a Vacinas – Uma História das Doenças Infecciosas – Parte 1
Autoria: Eduardo Toffoli Pandini
Editora: LC Design & Editorial
ISBN: 978-65-5278-349-3
Páginas: 404
Preço: R$ 19,90 (Ebook) / R$ 75,99 (físico)
Onde encontrar: Amazon, Clube de autores
Sobre o autor
Eduardo Toffoli Pandini é médico infectologista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e especialista pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Apaixonado por História, sempre se interessou em entender como as doenças moldaram civilizações, culturas e avanços científicos. Durante o serviço militar, atuou como oficial médico em São Gabriel da Cachoeira (AM), experiência que ampliou sua visão sobre saúde pública e sobre os desafios de levar cuidado a diferentes realidades. Na escrita, encontrou uma forma de unir ciência e história para refletir sobre o papel das doenças na trajetória humana.
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