Da Redação
Com o apoio da ONG, Giselle Rodrigues superou desafios, aprendeu inglês e agora inicia uma nova jornada acadêmica na Europa
Superação, coragem e transformação definem a trajetória de Giselle Rodrigues, de 20 anos. Moradora da zona sul de São Paulo, ela conheceu a Afesu (Associação Feminina de Estudos Sociais e Universitários) em 2021, por incentivo do irmão, Maurício Rodrigues, que já frequentava outro centro educacional voltado para meninos. Após se inscrever na unidade Afesu Veleiros, ela realizou uma prova, foi convocada para entrevista e, logo depois, recebeu a notícia de que havia sido selecionada.
No início, precisou enfrentar a timidez e os desafios de um novo ambiente de aprendizado. Com o apoio de sua preceptora e orientadora, Giselle conseguiu se desenvolver rapidamente na Afesu. Durante um ano, cursou Gestão e Tecnologia Aplicada no período da tarde, conciliando com o ensino médio no período da manhã.
Giselle aproveitou ao máximo as oportunidades oferecidas pela ONG: palestras com empresas parceiras, processos seletivos para programas de aprendizagem e oficinas de desenvolvimento pessoal e profissional.
Foi assim que conquistou sua primeira experiência profissional como Jovem Aprendiz na multinacional Craft. Lá, teve contato com o mercado corporativo e enfrentou o desafio de trabalhar em um ambiente no qual o inglês era um requisito essencial.
“Na Craft, percebi a importância de aprender inglês, e minha gestora, na época, sempre incentivava o aprendizado do idioma. Ela me falou sobre a possibilidade do intercâmbio e, mesmo sendo algo muito distante da minha realidade, consegui juntar o valor e ir para a Irlanda cursar inglês com foco em Cambridge”, conta Giselle.
Após trabalhar um ano e três meses na empresa, embarcou para a Irlanda, onde conciliou trabalho e estudo por dois anos. De volta ao Brasil, aplicou a nota do Enem e foi aceita no Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Universidade do Porto, em Portugal.
A escolha pela carreira surgiu de uma motivação pessoal. Desde pequena, Giselle acompanhava os desafios da mãe, Aparecida Caldeira, que enfrentava um problema de perda óssea no dente.
“Eu a acompanhava nas consultas e percebia o quanto aquilo afetava a autoestima dela. Minha mãe conseguiu fazer o tratamento com uma doutora e não foi necessário realizar nenhuma extração. Ver ela sorrindo novamente brilhou os meus olhos, e comecei a me interessar por essa profissão”, ressalta.
Agora, com o passaporte em mãos e os olhos voltados para o futuro, Giselle se prepara para iniciar os estudos em Portugal. Seus planos já estão traçados: concluir a faculdade, abrir sua própria clínica e, acima de tudo, continuar inspirando outras meninas a acreditarem em seu potencial.
“Nunca imaginei sair do país. Tudo o que conquistei foi possível com o apoio da associação. Elas oferecem muitas oportunidades, mas somos nós, beneficiárias, que decidimos agarrá-las. A Afesu transformou minha vida e a minha história”, finaliza Giselle.