Da Redação
A primeira Conferência Climática na Amazônia começa hoje, dia 10, e manterá os holofotes voltados para as negociações e as ações para reduzir os efeitos da crise climática.
Na Énois, falamos dos efeitos do clima no dia a dia, na comida, nos territórios e na justiça social. Nesta COP 30 falaremos por meio do Prato Firmeza Amazônia – Raízes da Culinária Tradicional Brasileira, que valoriza a cultura alimentar da região e registra modos de fazer e produzir o alimento amazônico; sabores da cidade em empreendimentos locais; e mestres e mestras da comida.
Em parceria com Tapajós de Fato (Belém/PA) e Puxirum do Bem Viver (Manaus/AM), essa edição mostra pratos feitos com base em tecnologias de cultivo, conservação e preparo integradas com a vida em volta. Saberes, histórias e resistências que são contadas também nos episódios produzidos por Maickson Serrão, do podcast Pavulagem.
Só que é difícil garantir pratos cheios e saudáveis sem falar também do preço da comida. Afinal, os impostos podem representar até 35% do valor dos produtos de supermercado. Para as famílias mais pobres, o impacto é ainda maior: nas classes D e E, até 50% da renda é comprometida com alimentação, afetando diretamente as periferias. Por isso, esta semana lançaremos no site do Prato Firmeza a Cartilha Prato Firmeza – alimentação, clima e justiça tributária.
Para a Énois, falar de clima na COP da Amazônia é falar da alimentação que adia o fim do mundo e da justiça tributária que aumenta o acesso à comida boa para quem ganha menos.
Se junte ao Manifesto do Prato Firmeza:
Comer é um ato político. E é também um ato climático. O que no prato revela o que cultivamos como sociedade, seja nas políticas públicas, nos territórios ou nas relações com o meio ambiente.
A Énois nasceu da ação nas periferias e nelas aprendemos que a comunicação tem força para mover o cotidiano e transformar realidades. Com o Prato Firmeza Amazônia, afirmamos que a comida é uma das linguagens mais importantes para falar de clima, cultura e justiça socioambiental.
Em dez anos, o Prato Firmeza conectou comunicadores, cozinheiras, chefs, empreendedores e comunidades em todo o país. Mapeamos restaurantes periféricos e fortalecemos o direito à alimentação saudável, valorizando saberes e ingredientes locais.
Discutir alimentação é discutir clima. Os sistemas alimentares, da produção ao descarte, respondem por mais de ⅓ das emissões globais de gases de efeito estufa. Apoiados em monocultura e exportação, envenenam a terra e ameaçam culturas alimentares locais.
As agricultoras familiares e as cozinheiras de bairro, por outro lado, já praticam caminhos sustentáveis, baseados na diversidade e na cooperação. É o que mostra o Prato Firmeza Amazônia, que traduz esses caminhos em histórias reais e experiências que podem inspirar políticas públicas e apontar o papel da cultura alimentar na adaptação à crise climática.
Esses caminhos são resistência. Os sistemas alimentares recebem menos de 3% do financiamento climático global e é urgente investir em práticas justas e sustentáveis nas periferias, com os territórios e para o país. Chamam de blended finance e nós chamamos de rede. Uma coalizão entre filantropia, empresas e poder público para manter viva a comida de verdade, de origem e de futuro.
O Prato Firmeza é a síntese da agenda climática no cotidiano das pessoas. É biodiversidade, saúde e cultura. É o direito de existir e se alimentar no próprio território.
E é também um convite: para que financiadores, parceiros e instituições que acreditam em uma transição justa façam parte dessa construção.
Acesse os produtos do Prato Firmeza Amazônia gratuitamente:
baixe o livro digital [aqui]
ouça o podcast [aqui]
Fonte: enoisorg.substack.com
