
Da Redação
Nesta semana, os associados Coopercam têm um compromisso importante com o futuro de suas lavouras de café: a edição 2025 do Circuito de Tecnologia. O evento, organizado pela cooperativa em parceria com a Emater-MG e a Sucafina, conta com a presenca de várias empresas do setor, e apresenta dois temas essenciais para os desafios atuais da cafeicultura: produtividade e qualidade.
O Engenheiro Agrônomo, doutor em manejo de solos em lavouras cafeeiras e coordenador técnico da Emater-MG, Kleso Silva Franco Junior, irá abordar o tema Agricultura Regenerativa. A gestora e produtora de cafés especiais Josiani Moraes irá apresentar o tópico Cafeicultura com Resultado: Gestão de Alta Perfomance e Custos de Produção.
O Engenheiro Agrônomo Kleso Silva Franco Junior ressalta que, atualmente, os dois principais desafios dos cafeicultores são o clima (mudanças climáticas, seca, geada, déficit hídrico) e a baixa produtividade. Sobre a produtividade, o engenheiro ressalta que as lavouras de café ainda não recuperaram o impacto da geada severa ocorrida em 2021 (que atingiu importante regiões produtoras de café).
“Pensando nisso, nesse novo modelo de agricultura, com as práticas e as técnicas corretas, é importante trabalhar a melhoria do solo e as raízes. Com o aprofundamento radicular, as plantas irão encontrar água, mesmo com déficit hídrico, e as plantas irão suportar melhor as altas temperaturas e, com isso, irão produzir com mais qualidade e quantidade”, explica Kleso.
Mas o engenheiro ressalta que não se trata apenas de trabalhar o solo. “É preciso abordar de uma forma ampla a propriedade. Não se trata apenas de cuidar do solo, mas de todas as questões ambientais, como as nascentes e outros. Essas práticas, com certeza, irão mitigar esses desafios. Melhorar a produtividade com sustentabilidade”, explica.
Já a palestrante e produtora de cafés especiais Josiani Moraes irá compartilhar com os participantes do Circuito de Tecnologia a sua vivência prática à frente da gestão da Fazenda Santa Cruz, e mostrar que a alta performance começa com planejamento, capacitação da equipe e gestão consciente dos recursos.
“A cafeicultura enfrenta desafios significativos, como altos preços do café, impactos das mudanças climáticas e a necessidade de gestão eficaz dos custos de produção. A volatilidade dos preços, impulsionada por uma oferta reduzida e pela demanda global, afeta tanto os produtores quanto os consumidores. As mudanças climáticas alteram padrões de temperatura e precipitação, prejudicando a produtividade e a qualidade do grão, além de favorecer o aumento de doenças como a ferrugem do café. Portanto, o controle dos custos de produção é crítico; os produtores devem entender seus gastos operacionais e adotar práticas sustentáveis, como agroecologia e certificações ambientais”, explica Moraes.
A gestora enfatiza que integrar esses elementos é essencial para garantir a viabilidade econômica e ambiental da cafeicultura. Estratégias de gestão e custos de produção são fundamentais para enfrentar os desafios e assegurar um futuro sustentável da cafeicultura.
Para José Márcio Rocha, presidente da Coopercam, é fundamental que “a cooperativa esteja não somente atenta aos desafios globais do mercado café, mas também que se prontifique a auxiliar seus cooperados a compreender esses obstáculos e ajudá-los a abrandar essas situações. Afinal, temos o compromisso de sempre fazer o melhor para nossos associados”.