Redação Plenax – Flavia Andrade
Mesmo diante de um cenário marcado por clima imprevisível, eventos extremos e incertezas dentro e fora da porteira, a agricultura brasileira encerra 2025 com a maior safra de grãos da história e demonstra, mais uma vez, a capacidade de adaptação e resiliência do produtor rural.
“O que 2025 ensinou foi que, mesmo quando o ano começa trazendo incertezas, o agronegócio responde com adaptação, tecnologia e uma força que já virou marca registrada do produtor brasileiro”, avalia Manoel Álvares, gerente de Inteligência da ORÍGEO, joint venture entre Bunge e UPL especializada em soluções sustentáveis e gestão integrada para o Cerrado.
A safra 2024/2025 é o principal reflexo desse desempenho. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil colheu 352,1 milhões de toneladas de grãos, um avanço de 17% em relação ao ciclo anterior. O resultado foi impulsionado pela ampliação da área cultivada e por recordes na produção de soja, milho e algodão.
Além dos desafios climáticos e fitossanitários, 2025 também foi marcado por debates intensos sobre sustentabilidade no setor agropecuário, especialmente durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). Segundo Álvares, o evento colocou o agro brasileiro em evidência. “O mundo voltou os olhos para o setor agrícola do Brasil, que mostrou práticas cada vez mais responsáveis e integradas ao meio ambiente, com destaque para a agricultura regenerativa”, afirma.
Apesar dos números positivos, o ano trouxe alertas importantes. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) deve classificar 2025 como um dos anos mais quentes da história, com elevação das temperaturas médias e maior frequência de eventos extremos, como ondas de calor e secas repentinas. Esse cenário acrescentou novas camadas de risco ao planejamento das lavouras.
Ainda assim, o produtor rural manteve a produtividade com apoio da inovação. “Mesmo com todas as dificuldades, o agricultor mostrou sua força. A ORÍGEO acompanhou esse movimento oferecendo tecnologia, dados e suporte técnico para reduzir riscos e ajudar a alcançar o melhor resultado possível. A inovação aplicada ao campo mostrou que é capaz de minimizar perdas e ampliar ganhos”, destaca o executivo.
Para 2026, as lições deixadas por 2025 apontam para um agro mais estratégico e preparado. Entre as tendências, estão a diversificação de culturas, o avanço da agricultura regenerativa, o planejamento mais eficiente do uso de insumos e a adoção de tecnologias que conciliem produtividade e preservação ambiental.
“O agro chega a 2026 mais consciente dos riscos e da importância de antecipar problemas. O desafio agora é transformar esse aprendizado em estratégias duradouras, capazes de fortalecer a produção e garantir a segurança alimentar em um ambiente cada vez mais complexo e exigente”, conclui Álvares.
