Da Redação
A cidade histórica receberá o projeto “Sons do Sagrado”, que propõe uma programação especial entre os dias 06 e 19 de dezembro, celebrando os marcos históricos da Arquidiocese que completa 280 anos de criação. Entre as iniciativas, o retorno do órgão histórico Arp Schnitger após longo processo de restauração de seus someiros na Espanha.
A cidade de Mariana – berço da fé e da música em Minas Gerais – irá receber entre os dias 06 e 19 de dezembro de 2025, o projeto “Sons do Sagrado” – um encontro entre espiritualidade, música e arte. A programação marca um dos acontecimentos culturais mais importantes do ano: o retorno do órgão histórico Arp Schnitger à sua função original na Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção, após um minucioso processo de restauração realizado na Espanha. O projeto acaba de ser apresentado à comunidade pela equipe da Arquidiocese de Mariana.
Construído no início do século XVIII e doado pela Coroa Portuguesa à recém-criada Diocese de Mariana — a primeira de Minas, e a localizada fora da costa litorânea do país, o instrumento é o único exemplar da oficina de Arp Schnitger existente fora da Europa. O órgão possui 17 registros, ou seja, fileiras de tubos com timbres e alturas diferentes, distribuídos em dois teclados e, desde a sua chegada, é usado em eventos religiosos, litúrgicos e artísticos. Símbolo de fé, arte e patrimônio, o órgão representa um elo entre a história da música barroca europeia e o desenvolvimento da cultura brasileira. Seu retorno é um marco para a preservação da memória religiosa e sonora do país, devolvendo à Catedral e à comunidade mineira um bem de valor inestimável.
Um símbolo do patrimônio artístico e musical brasileiro
Considerado um dos maiores nomes da organaria mundial, Arp Schnitger (1648–1719) construiu instrumentos reconhecidos por sua perfeição técnica e sonoridade singular. O exemplar instalado em Mariana foi por séculos guardião da tradição musical sacra da cidade. Desmontado desde 2016 quando a Catedral entrou em processo de restauração, o órgão, após a restauração de seus someiros, rompe em breve um silêncio de 9 anos e volta a ecoar, reafirmando o compromisso da Arquidiocese de Mariana com a conservação de seu acervo religioso, histórico e com a valorização do patrimônio cultural brasileiro.
Celebração dos marcos históricos da Arquidiocese
Além do reencontro com o som do Arp Schnitger, o evento celebra 280 anos da criação da Diocese de Mariana, 277 anos da posse canônica do primeiro Bispo e os 40 anos de ordenação presbiteral de Dom Airton José dos Santos, atual Arcebispo Metropolitano. A programação propõe uma vivência de nove dias numa comunhão de fé, música e história, proporcionando uma verdadeira imersão espiritual e artística.
O público poderá participar das programações de concertos, celebrações e atividades educativas, que reunirão importantes formações musicais, orquestras e coros convidados, além de grupos locais. O objetivo é fazer da Catedral um espaço de vivência da espiritualidade e de reencontro com as raízes da música sacra e com a força da tradição barroca que marcou o ciclo do ouro em Minas Gerais.
Programação musical
Entre os destaques estão apresentações do Coral Ars Antiqua, Orquestra Ouro Preto, Coral Cidade dos Profetas e Orquestra, Coro da Arquidiocese de Campinas, Orquestra Padre Simões, Canarinhos de Itabirito, Corais Cristo Reina e Angeli Domine, além de concertos da organista Josinéia Godinho e convidados – Trompetistas Érico Fonseca e José Vítor Assis. O evento também contará com o Coro dos Sacerdotes de Mariana, o Coro do Seminário de Mariana e o grupo Projeto Memórias da Fé.
Educação e valorização do patrimônio
O “Sons do Sagrado” inclui ainda concertos didáticos, que serão realizados entre os dias 15 e 19 de dezembro, voltados para alunos da rede pública e a comunidade local. A proposta é aproximar o público da história do órgão e das tradições da música sacra, promovendo educação musical e consciência sobre o valor do patrimônio histórico e cultural de Mariana e do Brasil.
