Redação Plenax – Flavia Andrade
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), afirmou nesta quinta-feira (18) que a negociação entre o Governo do Estado e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para viabilizar o uso do Estádio Morenão deve ser concluída até o primeiro bimestre do próximo ano. Segundo ele, a formalização do acordo é fundamental para romper o que classificou como um “ciclo vicioso” do futebol sul-mato-grossense.
Ao comentar o cenário atual, Riedel avaliou que a modalidade no Estado sofre com a falta de infraestrutura, público e fortalecimento institucional dos clubes. “Sem time e sem público não tem estádio. Sem estádio, não tem time e não tem público. É o ovo e a galinha, qual que vem primeiro?”, disse. Para o governador, o acordo com a UFMS representa um passo decisivo para superar esse impasse histórico.
De acordo com Riedel, a proposta do Estado é entregar o Morenão totalmente reformado. “Vai ser um estádio belíssimo. Vamos ajustar as expectativas. Quando abrir o Morenão, ter um bom gramado e ter a capacidade das pessoas irem lá”, afirmou.
O governador também destacou que o poder público não pode sustentar sozinho todo o sistema do futebol. Nesse contexto, citou o avanço de clubes locais rumo ao modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Operário, Comercial, Pantanal e Dourados Atlético Clube (DAC) já estão em processo de transformação, somando mais de R$ 15 milhões em investimentos privados.
“Chegamos a uma primeira quebra de ciclos. Os times se mexeram, provocados por nós. Chacoalhou o bambuzal, como a gente fala, e aí começou uma movimentação”, avaliou.
Dentro desse cenário, Riedel afirmou que o Estado tem o compromisso de entregar equipamentos esportivos adequados, como o Morenão, em resposta à movimentação dos clubes. A expectativa é que, com o acordo formalizado até o início do próximo ano, seja possível iniciar uma nova fase para o futebol estadual, com impactos no médio e longo prazo.
Histórico
O Estádio Morenão não recebe jogos desde 2022, devido à necessidade de reformas estruturais. Em 2023, o Governo do Estado firmou convênio de R$ 9,4 milhões com a UFMS para a execução das obras. Desse total, cerca de R$ 3,6 milhões foram aplicados em melhorias em banheiros, rampas de acesso e na estrutura de um museu. O restante, aproximadamente R$ 7,8 milhões, acabou sendo devolvido pela universidade, e o termo de fomento foi encerrado sem a conclusão das intervenções.
Desde então, a gestão do estádio passou a ser negociada entre a UFMS e o Estado. Apesar de a universidade ter autorizado a delegação de uso, exigências como a destinação de outorgas à instituição e a reserva de espaços internos impediram a formalização do convênio. Após meses de impasse, a UFMS recuou dessas condições, destravando o processo, que agora depende apenas da formalização jurídica da transferência.

