
Da Redação
Abordagem genética permite personalização de terapias contra alopecia androgenética, explica o cirurgião capilar Dr. Alberto Correia
Um simples teste de saliva pode ajudar médicos e pacientes a escolherem os tratamentos mais eficazes contra a queda de cabelo, especialmente nos casos de alopecia androgenética — condição que atinge até 50% da população com mais de 50 anos. A novidade, chamada TrichoTest™️, analisa variações genéticas que influenciam a resposta do organismo a diferentes medicamentos e suplementos usados no combate à calvície.

A proposta é abandonar a tradicional abordagem por tentativa e erro, que muitas vezes leva à frustração e ao abandono do tratamento. Segundo o cirurgião capilar Dr. Alberto Correia, que atua em Salvador (BA) e é atualmente o profissional que mais utiliza o TrichoTest™️ na prática clínica no Brasil, com mais de 500 pacientes em acompanhamento, o exame tem trazido resultados mais assertivos e tem sido um divisor de águas na personalização terapêutica. Correia é speaker oficial da Fagron, empresa que produz o teste, e certificado internacionalmente como especialista com os melhores resultados no país.
“Nem todos os pacientes respondem da mesma forma aos medicamentos mais comuns, como finasterida e minoxidil. A análise genética permite antecipar essas diferenças e adaptar a estratégia de forma mais eficiente”, explica o médico.
O TrichoTest investiga 26 variantes genéticas (SNPs) em 22 genes ligados à resposta aos tratamentos para alopecia androgenética. A partir de uma amostra colhida por swab bucal, o teste analisa como o organismo do paciente metaboliza ou responde a medicamentos antiandrogênicos (como finasterida, dutasterida e espironolactona), estímulos de crescimento capilar (como minoxidil), vitaminas, minerais e compostos naturais, além de substâncias relacionadas à circulação e à saúde do folículo piloso.
Com base nesses dados, é possível definir um plano de tratamento mais direcionado, incluindo medicamentos, fórmulas manipuladas, suplementos e procedimentos complementares como laser, MMP ou mesoterapia.
Estudos clínicos e relatos de casos do próprio Dr. Alberto Correia mostram que até 33% dos pacientes não respondem adequadamente à finasterida e que o minoxidil pode ser ineficaz em 38% dos casos. Após a aplicação do TrichoTest™️, mais da metade dos pacientes precisou mudar de abordagem — o que evidencia que tratamentos anteriores não estavam alinhados ao perfil genético individual. “A expectativa do paciente geralmente é alta, e os resultados lentos e pouco eficazes levam à frustração. Quando conseguimos alinhar a terapia ao perfil genético, as chances de sucesso aumentam significativamente”, afirma o especialista.
Embora o teste em si não substitui uma cirurgia de restauração capilar, a terapia clínica personalizada e guiada pelo TrichoTest™️ tem, em muitos casos, apresentado resultados semelhantes aos de um transplante, possibilitando inclusive que alguns pacientes deixem de ser operados. “Tenho diversos pacientes que, após iniciarem o tratamento personalizado, obtiveram crescimento capilar tão expressivo que a cirurgia deixou de ser necessária. Isso mostra a potência de uma abordagem clínica individualizada baseada em genética”, ressalta o médico.
A personalização do tratamento é ainda mais eficaz quando iniciada precocemente, antes da perda capilar avançada. A expectativa é que esse tipo de exame se torne cada vez mais comum em consultórios de tricologistas e centros especializados em saúde capilar. “A genética de precisão traz uma nova perspectiva ao tratamento da calvície, transformando a forma como lidamos com uma condição que, além de estética, afeta emocionalmente muitas pessoas”, conclui o Dr. Alberto Correia.