Redação Plenax – Flavia Andrade
Ao final dos três primeiros anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a política exterior brasileira consolidou-se como um dos pilares centrais do processo de reconstrução nacional. A intensa agenda internacional, marcada por visitas oficiais, reuniões bilaterais e participação ativa em fóruns multilaterais, reposicionou o Brasil no cenário global, fortaleceu a soberania nacional e produziu resultados concretos para a economia, especialmente no comércio exterior.
A retomada do diálogo em alto nível e a reconstrução de pontes com parceiros estratégicos reforçaram a imagem do país como um ator confiável, comprometido com a paz, o multilateralismo, a cooperação internacional e o desenvolvimento sustentável. Essa atuação ampliou o protagonismo brasileiro e criou um ambiente favorável à abertura de mercados, à atração de investimentos e à defesa dos interesses nacionais em um cenário global marcado por instabilidades geopolíticas.
Presença internacional e articulação diplomática
Ao longo do período, o presidente Lula realizou 61 missões oficiais ao exterior, recebeu 32 chefes de Estado e de governo no Brasil, participou de 190 encontros bilaterais à margem de eventos multilaterais e manteve 79 conversas telefônicas com líderes internacionais, incluindo presidentes eleitos antes da posse e autoridades europeias.
Para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a presença internacional do presidente foi decisiva para ampliar o alcance da diplomacia brasileira. Segundo o chanceler, Lula atua como o principal divulgador do país no exterior, levando ao mundo a mensagem de um Brasil que defende a paz, o entendimento entre as nações, o fortalecimento das instituições e o multilateralismo como eixo da governança global.
Diálogo com os Estados Unidos e superação do “tarifaço”
Um dos episódios mais emblemáticos do período foi a condução da relação bilateral com os Estados Unidos diante da imposição de tarifas adicionais a produtos brasileiros. A medida, adotada durante o governo do presidente Donald Trump, representou um desafio direto ao comércio bilateral.
A resposta brasileira combinou negociação diplomática, atuação técnica e defesa institucional. Paralelamente, o governo lançou o Plano Brasil Soberano, estruturado em três eixos: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial e multilateralismo.
O esforço resultou, em novembro, na revogação da tarifa adicional de 40% aplicada a produtos agropecuários brasileiros, como carne, café e frutas. Para o presidente Lula, a decisão simbolizou a vitória do diálogo e da diplomacia. “A derrubada da taxa de 40% é uma vitória do bom senso, do respeito às regras internacionais e da soberania brasileira”, afirmou.
Abertura de mercados e fortalecimento das exportações
Mesmo diante de um cenário internacional desafiador, o Brasil alcançou um marco histórico ao abrir mais de 500 novos mercados para produtos nacionais ao longo do terceiro mandato. O resultado é fruto de uma atuação coordenada entre a Presidência da República, os ministérios das Relações Exteriores, da Agricultura, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além da ApexBrasil.
A estratégia envolveu diplomacia ativa, promoção comercial e fortalecimento do papel das embaixadas brasileiras na atração de oportunidades, com destaque para o agronegócio, a indústria e produtos de maior valor agregado.
Para Lula, o fortalecimento do comércio exterior caminha lado a lado com o desenvolvimento interno. O presidente defende a combinação entre um mercado interno forte e a capacidade de competir no mercado internacional, ressaltando ativos estratégicos como tecnologia, qualificação da mão de obra e a atuação da Embrapa.
Recordes no comércio e atração de investimentos
Os resultados da política externa refletiram-se diretamente nos indicadores econômicos. Em 2025, o Brasil registrou exportações de US$ 339,4 bilhões e importações de US$ 276,3 bilhões, alcançando um superávit comercial de US$ 63,1 bilhões e uma corrente de comércio de US$ 615,8 bilhões — números recordes, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do MDIC.
Na terceira semana de dezembro, a balança comercial voltou a registrar desempenho positivo, com superávit de US$ 2,1 bilhões, consolidando o resultado ao longo do ano.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que a integração do Brasil às cadeias globais de valor é essencial para o crescimento sustentável. “Não há país que tenha crescido de forma sólida sem se abrir ao mundo e priorizar o comércio exterior”, afirmou.
Além do comércio, o país também registrou forte entrada de Investimentos Estrangeiros Diretos. Entre janeiro e novembro de 2025, o volume alcançou US$ 84,1 bilhões, o melhor resultado desde 2014, segundo o Banco Central.
Para o governo, os números confirmam que a diplomacia ativa, aliada à estabilidade institucional e à previsibilidade econômica, transformou a política exterior em um instrumento efetivo de geração de empregos, renda e desenvolvimento, consolidando uma nova fase da presença brasileira no cenário internacional.

