Redação Plenax – Flavia Andrade
Na última reunião ministerial de 2025, realizada nesta quarta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um balanço abrangente de dois anos e 11 meses de gestão, destacando avanços econômicos, sociais e institucionais e reforçando o compromisso do governo com transparência e prestação de contas à sociedade.
Ao abrir o encontro com os ministros, Lula afirmou que o Brasil atravessa um momento singular em sua história recente. “Do ponto de vista econômico, do financiamento dos nossos bancos, do crescimento da indústria e da agricultura, estamos vivendo um momento quase que ímpar na história desse país”, declarou.
A reunião teve como objetivo consolidar os principais resultados do governo federal. As apresentações ficaram a cargo do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Secom) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
“Essa reunião é para que todos tenham um quadro real do que aconteceu nesses três anos. Possivelmente, nem cada um de nós individualmente saiba a grandeza do que foi feito”, afirmou o presidente.
Inclusão social no centro da agenda
Lula destacou o fortalecimento das políticas públicas voltadas à inclusão social e à garantia de direitos básicos. Segundo ele, o governo recolocou milhões de brasileiros no centro das políticas de Estado.
“A verdade nua e crua é que nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre deste país, de um povo que só era reconhecido em época de eleição”, afirmou.
O presidente citou como exemplos o recorde de investimentos em cultura e o fortalecimento das políticas de segurança alimentar. “Hoje as pessoas têm o direito de comer três vezes ao dia, de ir ao cinema. Nunca se investiu tanto em cultura como nesses três anos, num país em que o Ministério da Cultura tinha sido extinto”, ressaltou.
Para Lula, a ampliação da renda e a circulação de recursos na economia são pilares do desenvolvimento. “Quando o dinheiro circula na mão do povo, resolve-se parte do problema da industrialização, do consumo, da agricultura e até da inflação”, pontuou.
Economia, bancos públicos e reformas
O presidente também destacou o papel estratégico dos bancos públicos no estímulo ao crescimento. Segundo Lula, instituições como BNDES, Caixa, Banco do Brasil, Basa e BNB não registravam, há décadas, uma capacidade de investimento semelhante à atual.
Outro ponto enfatizado foi a aprovação de medidas estruturantes, como a reforma tributária e mudanças no Imposto de Renda, consideradas improváveis diante da correlação de forças no Congresso. “Muita coisa que diziam ser impossível aconteceu, graças à persistência, ao diálogo e à capacidade de argumentação”, afirmou.
Transparência e prestação de contas
Lula ressaltou que 2026 deverá ser um ano marcado pela intensificação da comunicação com a sociedade. “Precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Tenho a impressão de que ainda não conseguimos construir a narrativa correta para que as pessoas avaliem tudo o que foi feito”, disse.
Indústria, biocombustíveis e integração
Durante a reunião, Geraldo Alckmin apresentou os avanços da Nova Indústria Brasil, com destaque para R$ 108 bilhões destinados à inovação tecnológica e para programas voltados à indústria verde e sustentável. Ele citou o programa Mover, que prevê incentivos à eficiência energética e segurança automotiva, além de R$ 140 bilhões em investimentos privados no setor.
Alckmin também destacou a retomada de fábricas fechadas e o fortalecimento da indústria de biocombustíveis, com aumento da mistura do etanol na gasolina e avanços no combustível sustentável de aviação (SAF). “O Brasil será protagonista mundial no SAF e em uma indústria cada vez mais competitiva”, afirmou.
Ao encerrar, o vice-presidente reforçou o caráter integrado da estratégia do governo. “Estamos colhendo resultados e plantando o futuro. É uma construção permanente, com política industrial, reforma tributária, investimento e fortalecimento do poder de compra da população”, concluiu.
A reunião marcou o encerramento do ano político com um discurso de balanço, reafirmação de compromissos e projeção de continuidade das políticas públicas voltadas ao crescimento econômico e à redução das desigualdades.

