Redação Plenax – Flavia Andrade
A Associação Nariz Solidário encerra 2025 com a formação de 39 novos voluntários em palhaçaria hospitalar, ampliando sua atuação humanizada em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba e da Região Metropolitana. A nova turma integra o projeto “Encontros e Risos 2”, formação bienal que, ao longo de dez meses, capacitou 67 participantes e selecionou os novos integrantes entre 359 inscritos.
O percurso formativo somou 215 horas de workshops, ministrados por 12 profissionais, e resultou em mais de 4 mil pessoas impactadas durante visitas hospitalares realizadas na fase prática do programa. Os novos voluntários passam a atuar em UPAs, CAPS, UBS e hospitais, levando escuta qualificada, técnica e sensibilidade a ambientes de saúde e saúde mental.
A cerimônia de formação ocorre no sábado, 6 de dezembro, às 13h30, no Auditório do Cecadeh (Centro de Capacitação e Desenvolvimento Humano da Feas). A data marca simbolicamente o Dia Internacional do Voluntário, celebrado em 5 de dezembro, e sinaliza o início das atividades dos novos palhaços e palhaças nos serviços atendidos pela organização.
Criado em 2022, o programa já capacitou mais de 100 pessoas, totalizando 465 horas de treinamento e mais de 25 mil pessoas impactadas em ações realizadas em hospitais, UPAs, CAPS e escolas públicas. A formação inclui oficinas de palhaçaria, improvisação, consciência corporal, técnicas circenses, maquiagem, figurino, acessibilidade, voluntariado e contexto social. Em 2025, o projeto foi reconhecido com o Prêmio SESI ODS, na categoria Práticas Sustentáveis.
Para Eduardo Roosevelt, cofundador e diretor da Nariz Solidário, a combinação entre teoria e prática supervisionada é decisiva. “A formação amplia o olhar sobre a palhaçaria hospitalar no SUS e prepara voluntários como agentes de transformação, com técnica, consciência e compromisso com o cuidado e os direitos”, afirma.
As visitas acompanhadas tiveram início em maio e foram ampliadas em setembro, quando os participantes aprovados na terceira fase passaram a atuar em situações reais. As ações ocorreram no Hospital Municipal do Idoso Zilda Arns, nas UPAs de Curitiba, na UPA da Fazenda Rio Grande e no Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo, somando 160 horas de atuação.
A professora Patrícia Rez de Lara, participante da formação, relata o impacto da experiência. “Entrei na primeira visita com respeito pelas histórias que encontraria. Bastou um gesto simples para que olhares mudassem. É estar inteiro, disponível, oferecendo um pouco de cor a uma rotina que pode ser tão pesada”, compartilha.
Para a oficineira e palhaça efetiva Sabrina Almeida, a formação humanizada nasce do equilíbrio entre técnica e sensibilidade. “Nosso papel é trazer respiro e escuta. A formação lapida o que cada um já traz, e temos excelentes futuros palhaços para a saúde”, conclui.
Além da capacitação, o projeto promoveu oficinas gratuitas de palhaçaria para usuários dos CAPS de Curitiba e produziu conteúdos audiovisuais acessíveis em Libras, publicados nas redes sociais da organização, registrando a metodologia e os depoimentos dos participantes.
O “Encontros e Risos 2” é realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio do BRDE, Peróxidos do Brasil e Unimed Curitiba.

