Posted in

Professora da UFGD vence prêmio Para Mulheres na Ciência com estudo sobre resistência de fungos em áreas degradadas do Pantanal

Foto: Divulgação

Redação Plenax – Flavia Andrade

A professora Luana Rossato, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), foi reconhecida na categoria Ciências da Vida da 20ª edição do Prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pelo Grupo L’Oréal no Brasil, UNESCO e Academia Brasileira de Ciências (ABC). O projeto vencedor investiga como agrotóxicos e queimadas no Pantanal podem impulsionar o surgimento de fungos ambientais mais resistentes e com maior potencial de causar doenças em humanos.

Embora menos lembrados que vírus e bactérias, os fungos são responsáveis por infecções graves e vêm apresentando crescente resistência a tratamentos. A pesquisa de Luana analisa amostras de solo, água e vegetação expostas a diferentes níveis de incêndios e defensivos agrícolas. Em laboratório, a professora identifica genes ligados à virulência e à resistência a medicamentos, contribuindo para a formulação de estratégias de vigilância sanitária e sistemas de alerta precoce para comunidades rurais, ribeirinhas e indígenas do Pantanal.

“Cuidar da saúde é olhar para humanos, animais e ambiente de forma integrada. Entender os microrganismos também é proteger ecossistemas e vidas”, afirma a pesquisadora.

Trajetória marcada por resistência e inspiração

Natural de Santa Maria (RS), Luana conta que a curiosidade científica começou na infância, mas ganhou força na iniciação científica e, depois, no doutorado na USP. Ela relembra o processo de mudança como um salto de coragem: “Sair da zona de conforto me ensinou compromisso com as minhas escolhas”.

A professora também comenta os desafios de ser mulher na ciência — equilibrando pesquisa, docência, maternidade e liderança de grupo. “Ser mulher na ciência é resistir. Muitas vezes precisamos provar nossa competência repetidas vezes, e é na conciliação desses papéis que reside nossa força”, afirma.

Luana ainda carrega uma memória afetiva com a premiação: uma prima venceu o mesmo prêmio em 2008, marco para a primeira geração da família no ensino superior. “Me inscrevi sem imaginar que seria contemplada. Receber a notícia foi uma mistura de surpresa, alegria e gratidão.”

Ciência de excelência no interior

Para a pesquisadora, o reconhecimento fortalece toda a equipe que coordena e demonstra que a produção científica de alto nível também nasce longe dos grandes centros. “O prêmio amplia nossa visibilidade, abre portas para novas colaborações e, principalmente, inspira outras jovens cientistas a acreditarem no seu potencial.”

O estudo segue em desenvolvimento e deve contribuir para políticas de saúde, proteção ambiental e ações de prevenção em uma das regiões mais sensíveis do país: o Pantanal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error

Enjoy this blog? Please spread the word :)