Redação Plenax – Flavia Andrade
A Operação Pantanal 2025 apresentou, nesta quarta-feira (3), um dos balanços mais positivos desde o início do monitoramento de incêndios em Mato Grosso do Sul, em 1998. Os dados revelam uma queda expressiva tanto nos focos de calor quanto na área queimada, resultado de ações preventivas, integração institucional e resposta rápida ao fogo. O anúncio ocorreu no auditório do Imasul, durante o 6º Seminário em Manejo Integrado do Fogo (MIF), reunindo órgãos estaduais, forças de segurança e instituições parceiras.
Ano caminha para ser o menos crítico da série histórica
Até 2 de dezembro, o estado registrou 1.811 focos de incêndio — número inferior aos 2.111 identificados em 1998 e o menor da série histórica. Mesmo com eventuais registros adicionais até o fim do ano, a tendência é de que 2025 se consolide como o período com menor incidência de focos.
A redução na área devastada também impressiona. Foram 202.678 hectares atingidos pelo fogo, contra mais de 2,3 milhões de hectares queimados em 2024, ano marcado por uma das maiores crises ambientais no Pantanal. Se antes a ação governamental reduziu os danos, agora a prevenção mostrou sua eficácia.
Integração e planejamento como base do resultado
Para o presidente do Comitê Estadual do Fogo e assessor da Semadesc, tenente-coronel Leonardo Congro, os números comprovam o impacto positivo da estratégia conjunta.
“Este é um ano que demonstra, de forma clara, que o esforço interinstitucional valeu a pena. A redução histórica não é acaso: é fruto de planejamento, dados, tecnologia e parceria entre instituições estaduais, municipais, federais e privadas”, afirmou.




A combinação de conscientização da população, formação de brigadistas, monitoramento técnico e condições climáticas ligeiramente mais favoráveis também contribuiu para o cenário. Apenas em 2025, quase mil brigadistas foram qualificados.
Ações do Corpo de Bombeiros aceleram resposta e evitam grandes queimadas
O Corpo de Bombeiros capacitou 221 militares, formou 929 brigadistas e realizou manejo preventivo em 1.150 hectares. Durante a fase operacional, monitorou 924 eventos de fogo por satélite e combateu diretamente 88, totalizando 1.105 ações. No ano, 1.298 militares foram mobilizados com apoio de 60 viaturas.
O subdiretor de Proteção Ambiental do CBMMS, major Eduardo Teixeira, destacou a eficiência na resposta:
“Em diversos casos conseguimos combater os focos antes mesmo de serem registrados pelos sistemas de monitoramento via satélite.”
Fiscalização integrada acelera autuações e aumenta precisão
A parceria entre PMA e Imasul também avançou. Cerca de 750 vistorias resultaram em R$ 49 milhões em autuações. Segundo o capitão André Leonel, a integração inédita reduziu o tempo de resposta e aprimorou a coleta de provas.
“Atuamos em tempo real. Os alertas chegam imediatamente às equipes em campo, e isso fez toda a diferença para o resultado da operação”, afirmou.
Monitoramento, tecnologia e prevenção fortalecidos
O Imasul reforçou estruturas de controle, ampliou a Sala de Situação e adotou ferramentas avançadas de análise por satélites. Ações de educação ambiental e o manejo integrado também foram decisivos.
O diretor-presidente do órgão, André Borges, destacou:
“A operação mostrou que o planejamento integrado funciona. Investimos em prevenção, tecnologia e articulação entre instituições. Os resultados refletem uma governança ambiental consolidada.”
O gerente de Unidades de Conservação, Leonardo Tostes, ressaltou que 1.500 hectares de queima prescrita foram executados ao longo do ano — prática essencial para reduzir o risco de grandes incêndios.
Resultado histórico reforça modelo adotado pelo Estado
Com forte articulação institucional, investimento em tecnologia, equipes qualificadas e resposta estratégica, a Operação Pantanal 2025 consolida um marco ambiental para Mato Grosso do Sul. O estado celebra o menor número de focos e de área queimada em quase três décadas, resultado que reforça o papel da prevenção e da gestão integrada no enfrentamento ao fogo no Pantanal.

