Redação Plenax – Flavia Andrade
A tecnologia avança rapidamente no campo brasileiro e redefine a forma como fertilizantes e sementes são aplicados durante o plantio. A precisão, que antes era um diferencial, agora se tornou requisito técnico para garantir produtividade, reduzir desperdícios e aumentar a sustentabilidade. Nesse cenário, a FertiSystem, empresa nacional especializada em sistemas de dosagem, assume protagonismo ao ampliar o uso de sensores inteligentes, motores elétricos e aplicativos de calibragem.
Por décadas, a regulagem do adubo dependia de engrenagens e correntes acionadas pelas rodas das plantadeiras — um processo funcional, mas limitado. Com a automação, motores elétricos ajustados por sistemas eletrônicos ou aplicativos permitem corrigir a vazão em tempo real, com base em mapas de aplicação, análises de solo e recomendações agronômicas.
Um levantamento da Embrapa Instrumentação (2024) mostra que essa automação consegue reduzir até 15% o desperdício de fertilizantes e elevar em mais de 20% a uniformidade de distribuição. “O produtor passa a ter controle total sobre o que está sendo aplicado. Sensores e motores conversam diretamente com o sistema da cabine, indicando se a dosagem está correta ou se há queda de produto”, explica Fábio Leone, promotor técnico da FertiSystem.
Dose Certa: aplicativo simplifica a calibragem no campo
Entre as soluções que se destacam está o aplicativo Dose Certa, desenvolvido para facilitar a calibração dos dosadores — etapa decisiva para garantir o funcionamento correto da plantadeira. O app orienta o agricultor sobre o sem-fim ideal para cada dose e ainda calcula os ajustes conforme o tipo de fertilizante, a cultura e a velocidade da máquina.
“O Dose Certa é feito para o campo. Ele traduz a parte técnica em um passo a passo simples e confiável”, afirma Leone.
Plantadeiras ganham “visão eletrônica”
A modernização também chega aos sistemas de monitoramento, equipados com sensores ópticos e módulos sem fio capazes de identificar falhas, duplas e interrupções na distribuição de sementes e adubo. Esses dados são enviados em tempo real para o operador, permitindo correções imediatas e evitando perdas.
Segundo a Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsBraAP), cerca de 60% das grandes propriedades rurais já utilizam sensores e sistemas de automação — número que tende a crescer com a expansão da conectividade rural e de programas de modernização do maquinário.
Apesar da sofisticação, o especialista reforça a importância da manutenção tradicional. “Não adianta ter automação de ponta se o dosador está sujo ou com rolamentos danificados”, alerta. Dados da ANDA mostram que a manutenção preventiva pode aumentar em até 30% a vida útil dos dosadores.
Taxa variável e plantio digital: o próximo salto tecnológico
A FertiSystem também investe em sistemas de taxa variável, que ajustam automaticamente a quantidade de fertilizante aplicada em cada ponto do terreno, reduzindo excessos e aumentando a eficiência. Essa tecnologia acompanha a expansão do plantio digital, onde sensores, mapas de solo e dados de produtividade orientam decisões instantâneas.
“O futuro está na integração total entre máquina, agrônomo e produtor. A plantadeira inteligente será uma extensão da decisão agronômica”, explica Leone.
Com ferramentas mais acessíveis, conectividade crescente e máquinas cada vez mais integradas, o campo brasileiro avança para uma operação altamente técnica e baseada em dados — um movimento que promete transformar a próxima safra e consolidar uma nova era da agricultura de precisão no país.

