Redação Plenax – Flavia Andrade
O fortalecimento da relação entre produtores rurais e os governos estadual e federal tem sido determinante para garantir o status sanitário de Mato Grosso do Sul e ampliar a presença dos produtos sul-mato-grossenses no mercado internacional. A avaliação foi reforçada nesta quarta-feira (27) pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante a abertura do 8º Fórum PNEFA MS.
O evento, parte do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA), reuniu representantes da Iagro, Semadesc, lideranças do agronegócio, técnicos, médicos-veterinários, sindicatos e demais atores públicos e privados envolvidos na vigilância sanitária e na prevenção à aftosa.
Vigilância permanente e resposta rápida
No encontro, o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, apresentou os avanços no sistema de vigilância sanitária, destacando a modernização digital da agência. Segundo ele, o status de área livre de aftosa sem vacinação exige monitoramento contínuo e capacidade de resposta rápida.
“A ausência de vacinação não representa risco, porque o vírus foi erradicado. Ainda assim, mantemos vigilância rigorosa. A agência trabalha com inteligência e monitoramento territorial, preparada para agir imediatamente em qualquer eventualidade”, explicou Ingold.

Verruck reforçou que manter o status sanitário é condição essencial para acesso a novos mercados. “Conquistamos resultados expressivos para o Brasil, mas só avançaremos com vigilância permanente e atuação conjunta com o setor produtivo”, afirmou.
MS ganha protagonismo global com expansão agrícola e sustentabilidade
Durante a palestra “Do MS para o Mundo”, Verruck apresentou o cenário de expansão agroambiental do Estado. Nos últimos anos, a área plantada cresceu 516%, impulsionando cadeias como grãos, cana-de-açúcar e florestas plantadas sobre pastagens — estratégia que alia produtividade e sustentabilidade.
Ele destacou ainda que Mato Grosso do Sul se consolidou como uma das economias que mais crescem no país, resultado do avanço do agronegócio, da industrialização e da internacionalização da produção. “O Estado se reposicionou como referência no equilíbrio entre produção, conservação ambiental e inovação tecnológica”, disse.
Programas como PSA Bioma Pantanal, PSA Brigadas de Incêndio e o Plano de Desenvolvimento de Cadeias Produtivas reforçam o compromisso ambiental. Além disso, o incentivo ao uso múltiplo dos rios cênicos amplia o turismo sustentável e valoriza serviços ambientais.
Exportações em alta e presença em mais de 170 países
O comércio exterior de Mato Grosso do Sul movimenta R$ 9,9 bilhões ao ano, com forte presença nos mercados da Ásia, Europa e América do Norte. O Estado exporta para 170 países, com destaque para proteínas animais, soja, produtos florestais e material genético.
A China continua como principal destino, mas MS amplia sua presença global graças à diversificação produtiva e à abertura comercial promovida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
O setor de proteína animal mantém desempenho robusto:
MS é o 7º maior exportador de carnes do país, conforme dados de 2024;
responde por 6,54% das exportações nacionais de carnes;
a proteína animal representa 17,93% da pauta de exportações do Estado;
foram movimentados US$ 1,9 bilhão e quase 490 mil toneladas de carnes.
A plataforma de conformidade ambiental, desenvolvida em parceria com a União Europeia, coloca MS na vanguarda mundial do rastreamento produtivo e do cumprimento das exigências de desmatamento zero. O foco inclui cadeias da soja, milho e pecuária — pontos decisivos para acessar mercados mais exigentes, como o europeu.
Desafios globais e adequações ambientais
Verruck pontuou que, apesar dos avanços, há desafios importantes para manter a competitividade:
adequação às exigências ambientais europeias;
comprovação de sustentabilidade e rastreabilidade;
redução de emissões;
recuperação de pastagens;
ampliação da integração lavoura-pecuária-floresta;
impactos da transição tributária e da instabilidade geopolítica internacional.
Logística como eixo estratégico
A logística é outro pilar do desenvolvimento. A Rota Bioceânica, que conecta MS aos portos do Pacífico, promete transformar a competitividade comercial do Estado, reduzindo custos e prazos de exportação. A ponte internacional entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta já passa de 80% de conclusão.
Além disso, o Estado avança em obras ferroviárias, rodoviárias e hidroviárias que sustentam o crescimento das cadeias produtivas.
Diálogo, inovação e sustentabilidade como motores do futuro
Ao finalizar, Verruck destacou que o Governo de Mato Grosso do Sul seguirá priorizando o diálogo com o setor produtivo e a inovação. “A união entre produtor e governo é fundamental para ampliar mercados, garantir competitividade e consolidar o Estado como referência mundial em produção sustentável”, concluiu.

