Redação Plenax – Flavia Andrade
O avanço do agronegócio brasileiro, que responde por mais de um quarto do PIB e segue batendo recordes de exportação, está impulsionando um novo movimento no mercado imobiliário: a corrida de produtores rurais e empresários do setor para adquirir imóveis em São Paulo.
Só em março de 2025, o agro exportou US$ 15,6 bilhões — mais da metade de tudo o que o Brasil vendeu ao exterior no mês. Parte desse capital tem sido direcionada para diversificação patrimonial na capital paulista, que oferece liquidez, segurança e previsibilidade.
Incorporadoras já registram aumento expressivo de compradores vindos de polos agrícolas de Mato Grosso, Goiás e Paraná. Segundo Fabrizio Bevilacqua, CEO da Netcorp, o perfil desse novo investidor é claro: empresários que buscam proteção de patrimônio e renda estável fora do campo.
“Há uma decisão consciente de transformar parte do lucro do agro em ativos urbanos. Esses investidores enxergam o imóvel como ferramenta de preservação de capital, planejamento sucessório e geração de renda futura”, explica.
Bevilacqua ressalta que São Paulo reúne características difíceis de encontrar em outros mercados: procura elevada por locação, valorização contínua e maior estabilidade. “Para quem vem do agro, investir em São Paulo é uma forma de equilibrar riscos e construir uma base sólida fora da operação rural.”
O movimento é tão consistente que incorporadoras passaram a realizar roadshows em cidades estratégicas do interior, apresentando empreendimentos residenciais e comerciais diretamente aos polos do agronegócio. A proposta é mostrar que imóveis podem ser tão relevantes quanto terra, máquinas e produção.
“O investidor do agro não compra por impulso. Ele quer números, projeções e estabilidade — e São Paulo entrega tudo isso”, reforça o CEO.
A expectativa é de que o fenômeno cresça ainda mais nos próximos anos, acompanhando a profissionalização e a consolidação de grandes fortunas no setor.
“O agro deixou de ser apenas produtor de commodities. Hoje, é um grande gestor de patrimônio — e São Paulo é onde esse capital ganha forma e permanência”, conclui Bevilacqua.
Com o campo financiando ativos da cidade, o mercado imobiliário paulistano se consolida como elo estratégico entre o Brasil rural e urbano, e como protagonista de uma nova fase da expansão patrimonial do país.

